STF impõe nova derrota a Bolsonaro e derruba restrição a informações públicas

Em medida provisória, governo limitava a Lei de Acesso à Informação durante a pandemia de coronavírus

Plenário do Supremo Tribunal Federal (Foto: Lula Marques/Arquivo - 4-abr-2018)
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O Supremo Tribunal Federal derrubou nesta quinta-feira (30) a validade da medida provisória editada pelo governo Jair Bolsonaro que restringia a Lei de Acesso à Informação (LAI) durante a pandemia do novo coronavírus.

Todos os ministros votaram para referendar a decisão liminar que o ministro Alexandre de Moraes já tinha concedido nesse sentido.

A medida provisória suspendia prazos de pedidos de informações a órgãos públicos com base na LAI nos casos em que o setor demandado estivesse “prioritariamente envolvido com as medidas de enfrentamento” à doença.

O relator, Alexandre de Moraes, afirmou que a medida viola o princípio da publicidade exigido pela administração pública e ressaltou que a medida teria efeito para todos entes da federação.

"A participação política dos cidadãos em uma Democracia representativa somente se fortalece em um ambiente de total visibilidade e possibilidade de exposição crítica das diversas opiniões sobre as políticas públicas adotadas pelos governantes", afirmou o ministro.

Em seu voto, Cármen Lúcia destacou que “em tempos de crise, a informação é fonte de saúde para as pessoas, que não precisam saber apenas da administração financeira, mas também dos planos da educação e de todas as políticas públicas.”

Já Ricardo Lewandowski disse que a informação é um direito do cidadão e não pode ser restringida. O ministro apontou ainda que instrumentos como a LAI são “necessários para que a cidadania, o povo brasileiro, possa controlar os governantes”.

Gilmar Mendes declarou que o artigo invalidado “compromete a publicidade dos atos administrativos e a transparência, colocando em risco o direito à informação, à publicidade e à transparência”.

Com informações da Folha de S.Paulo

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