Talíria Petrone entrou na mira de miliciano ligado a Escritório do Crime, diz revista

Deputada do PSOL seria alvo de criminoso investigado por morte de Marielle; planejamento de ataque foi relatado ao Disque Denúncia

A deputada federal Talíria Petrone do PSOL-RJ - Foto Reprodução
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A deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ) entrou na mira de um criminoso ligado ao Escritório do Crime, grupo de milicianos, segundo reportagem da revista Veja. Um atentado que estaria sendo planejado contra ela foi reportado ao Disque Denúncia, serviço que recebe relatos anônimos sobre crimes no estado do Rio.

Por causa dessa ameaça, a parlamentar deixou o estado e agora esconde seu paradeiro, por segurança. Mas não foi a primeiro caso do tipo que a deputada sofreu. Ela é alvo de intimidações assim desde que entrou na vida política, em 2016. Devido a essas ocorrências graves, Talíria já foi à Organização das Nações Unidas (ONU), para pressionar o governo Jair Bolsonaro e ter acesso a medidas de segurança.

Esse ataque estaria sendo planejado pelo miliciano Edmilson Gomes Menezes, o Macaquinho, ligado ao Escritório do Crime. A Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco) da Polícia Civil do Rio de Janeiro abriu um inquérito no mês passado para investigar o planejamento do atentado contra Talíria.

A ordem do plano contra a deputada federal do PSOL, segundo fontes anônimas, teria partido do presídio Bangu 9. Nele estão presos três detentos que também foram investigados no inquérito que apura o assassinato de Marielle Franco, amiga de Talíria, e seu motorista, Anderson Gomes.

Atualmente foragido, Macaquinho tem contra si três mandados de prisão. Uma recompensa de R$ 5 mil foi colocada pela Polícia do Rio por pistas que levem ao seu paradeiro.

Os policiais ainda não sabem o motivo de a deputada federal ter se tornado alvo do grupo paramilitar.

O Escritório do Crime

Essa associação de milicianos teria sido criada pelo ex-capitão da PM do Rio Adriano da Nóbrega. Ele tinha ligações com o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

 A mulher e a mãe de Nóbrega foram funcionárias no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Além disso, quando era deputado estadual, Flávio  propôs homenagem ao ex-PM, morto durante operação policial no interior da Bahia em fevereiro deste ano.

Macaquinho seria uma espécie de “free-lance” do Escritório do Crime, segundo a Veja, cometendo assassinatos a pedido do grupo, mas sem fazer parte dele em tempo integral.