"Temos que colocar a polícia na legalidade, hoje, ela não está"

A afirmação é do deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), durante ato que defendia a aprovação do PL que pretende colocar um fim nos autos de resistência seguida de morte

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A afirmação é do deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), durante ato que defendia a aprovação do PL que pretende colocar um fim nos autos de resistência seguida de morte Por Igor Carvalho [caption id="attachment_44745" align="alignleft" width="300"]Paulo Teixeira defende seu projeto durante ato em São Paulo (Foto: Igor Carvalho) Paulo Teixeira defende seu projeto durante ato em São Paulo (Foto: Igor Carvalho)[/caption] O projeto de lei (PL) 4.471 foi o motivo de um encontro entre parlamentares e movimentos sociais, na noite desta quinta-feira (3). O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) afirmou que é preciso colocar a Polícia Militar “na legalidade, pois, hoje, ela não está.” Durante o evento, Teixeira confirmou que o projeto deve ser votado na semana que vem e se mostrou otimista em relação à aprovação. “A sociedade está bem informada sobre o PL e tenho certeza de que teremos sucesso. Acabar com os autos de resistência é uma necessidade popular”, afirmou o petista. Teixeira disse que há oposição ao projeto de políticos ligados aos policiais militares. “Temos que entender essa resistência, já sabemos que eles propuseram uma alteração. Se for só o que me disseram, estamos dispostos a modificar para que o projeto passe”. O deputado preferiu não informar que mudança seria essa. Para a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Luiza Bairros, o projeto não pode ser desassociado da questão racial. “A construção da pessoa e do lugar suspeito, feito pela polícia, é baseada no perfil do negro.” O rapper Dexter, presente no ato, também criticou a atuação das polícias em relação aos negros. “A Polícia Militar é a instituição mais racista de São Paulo, ou melhor, do Brasil. O policial tem uma carta branca do governador para matar nossos irmãos negros.” O projeto [caption id="attachment_44747" align="alignright" width="224"]O rapper Dexter manifesta seu apoio ao projeto (Foto: Igor Carvalho) O rapper Dexter manifesta seu apoio ao projeto (Foto: Igor Carvalho)[/caption] O PL 4.471, se fo aprovado, promoverá uma alteração na denominação “auto de resistência”, que passaria a ser chamado de “morte decorrente de intervenção policial”.  Além disso, obriga a preservação da cena do crime, determina que a coleta de provas e a perícia sejam feitas imediatamente, define a abertura imediata de inquérito para apuração da morte e impede que vítimas sejam socorridas em viaturas ou levadas para hospitais por policiais. O último item já é obrigatório em São Paulo. O senador Eduardo Suplicy (PT) acredita que o projeto, se aprovado, removerá um dos últimos entulhos da ditadura militar no país. "O tempo em que militares tinham privilégios nesse país acabou, eles devem ser investigados como qualquer cidadão brasileiro."   Foto de Capa: Igor Carvalho