Trump propõe “acordo do século” entre Israel e Palestina

A apresentação do plano aconteceu em uma coletiva na Casa Branca, na qual estavam Trump e o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu. Não havia nenhum representante da Autoridade Palestina. Essa ausência colocou ainda mais dúvidas a respeito do equilíbrio do acordo alcançado pelo mandatário estadunidense.

Trump e Netanyahu (Reprodução)
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“Acordo do século” foi a alcunha que o presidente estadunidense Donald Trump utilizou nesta terça-feira (28), ao anunciar o plano de paz que, segundo ele, “resolverá definitivamente o conflito entre Israel e Palestina”. O projeto estadunidense fala em reconhecimento da existência dos dois estados, um Estado Palestino com capital em Jerusalém do Leste, e um Estado de Israel que alcançaria o reconhecimento internacional dos assentamentos israelenses que são questionados por diversas entidades favoráveis à causa palestina, por estarem em territórios que deveriam ser desse povo árabe, segundo os acordos internacionais estabelecidos em 1967. Além disso, o acordo prevê que os assentamentos israelenses em território que os palestinos reclamam como seu continuarão se alastrando durante os próximos quatro anos, e só então teriam sua expansão congelada. Outro tema polêmico é que o acordo permitiria que Israel continue controlando os sítios históricos da antiga Jerusalém, incluindo zonas onde estão mesquitas históricas para o povo muçulmano. A apresentação do plano aconteceu em uma coletiva na Casa Branca, na qual estavam Trump e o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu. Não havia nenhum representante da Autoridade Nacional Palestina. Essa ausência colocou ainda mais dúvidas a respeito do equilíbrio do acordo alcançado pelo mandatário estadunidense. Aliás, essa ausência se deu só dentro da Casa Branca, pois já existe reação palestina ao acordo, e por enquanto não é nada favorável. Sami Abu Zuhri, um dos porta-vozes do movimento Hamas, qualificou o projeto de “absurdo e arrogante”. Um reporte do diário estadunidense New York Times incluiu uma sondagem feita com alguns palestinos antes do anúncio – o diário sabia de alguns conteúdos da proposta e foi apresentando eles aos entrevistados. O resultado foi que a maioria das pessoas se mostrou contra o plano de Trump, inclusive se ele incluísse um apoio financeiro de 50 bilhões de dólares.