Ucrânia: morte de opositores pode ter sido ordenada por seus próprios líderes

De acordo com conversa telefônica entre diplomatas europeus, o assassinato de manifestantes em Kiev pode ter sido ordenada pela própria oposição

(Mstyslav Chernov/Unframe)
Escrito en GLOBAL el
Conversa telefônica vazada indica que o novo governo, apoiado pelos EUA e União Europeia, pode ter ordenado o assassinato por franco-atiradores em Kiev Por Vinicius Gomes Quando na última semana de fevereiro mais de 20 ucranianos foram alvejados e mortos por franco-atiradores em Kiev, a indignação mundial foi avassaladora e contribuiu para acelerar o processo de destituição do presidente Viktor Yanukovitch e a formação de um novo governo pela oposição formada em grande parte por milícias neonazistas que contam com o apoio dos EUA e União Europeia (UE) Com a mais nova conversação telefônica sendo vazada – dessa vez entre a chefe diplomática da UE, Catherine Ashton, e o ministro das relações exteriores da Estônia, Urmas Paet – uma nova, e mais sombria, versão da tragédia parece tomar forma: a de que as mortes de manifestantes oposicionistas teriam sido ordenadas pelos próprios líderes da oposição. A conversa de 11 minutos entre os diplomatas foi postada no YouTube, sendo divulgada primeiramente pelos russos, que têm posição contrária ao reconhecimento de um novo governo em Kiev. No entanto, o próprio ministério estoniano admitiu a veracidade da conversa, enquanto o departamento diplomático em Bruxelas não fez nenhum comentário a respeito. Na gravação, Paet diz: “É realmente perturbador que a nova coalizão (governo), não queira investigar exatamente o que ocorreu, então agora há um novo e mais forte entendimento que por trás dos atiradores não estava Yanukovych, mas alguém que faz parte do novo governo”. Segundo o especialista em relações internacionais Michel Chossudovsky, os assassinatos pelos franco-atiradores tinham todas as marcas de uma bem planejada operação, e não um ato de violência espontâneo derivado do conflito entre a tropa de choque e manifestantes. “Elas aconteceram no espaço de poucas horas e mais, as mortes coincidiram com as reuniões entre o presidente Yanukovych e uma delegação de alto escalão da UE”, escreveu ele no site Global Research.