A pressão pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não para de aumentar. Já não é mais um pleito só da oposição a seu governo. Sua saída constitucional do cargo é defendida abertamente por ex-apoiadores. Até o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que guarda na gaveta mais de 60 pedidos de processo contra Bolsonaro, diz que o tema deverá ser discutido pela sociedade.
Agora, a União Nacional dos Estudantes (UNE) lançou nesta terça-feira (19) a plataforma Impeachment Já, que traz um placar com o posicionamento dos deputados federais em relação ao impedimento do titular do Planalto. O placar é atualizado em tempo real, conforme cada parlamentar se manifeste publicamente sobre o tema. A plataforma está no endereço http://impeachmentja.com.br/.
Essa é ao menos a terceira iniciativa do tipo. Na semana passada, após sugestão do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT-SP), o perfil do Twitter chamado “SOS Impeachment” colocou no ar um placar, mostrando como os deputados votariam em um eventual processo.
O movimento de direita Vem Pra Rua, um dos que lideraram as manifestações que culminaram no impedimento da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT), também colocou na internet um mapa do impeachment. Detalhe: o movimento apoiou Bolsonaro nas eleições de 2018. Faz parte do grupo dos “arrependidos”. Sua ferramenta chama “Adeus Bolsonaro” e traz frases do titular do Planalto minimizando a pandemia do novo coronavírus.
Em comum, as três plataformas trazem os contatos dos parlamentares para incentivar a população a pressionar os congressistas a votarem a favor do impeachment. São necessários 342 votos favoráveis para que ele seja aprovado na Câmara.
"A irresponsabilidade do governo Bolsonaro na pandemia tem sido criminosa e tem causado muita dor e falta de perspectiva ao povo brasileiro. Não apresentam projetos e respostas”, disse o presidente da UNE, Iago Montalvão, no comunicado que fala do lançamento da plataforma. “Sua rejeição tem subido e diante dessa sua atitude estamos assolados em uma crise sem precedentes”, prosseguiu. Por isso, o líder da entidade estudantil diz que os parlamentares que ainda não se posicionaram devem responder “aos anseios e necessidades urgentes da sociedade e pela proteção das pessoas também”.
Além de atualizar o placar em tempo real, a UNE diz que vai se empenhar na pressão dos parlamentares que ainda não se posicionaram pelo impedimento, por e-mail, redes sociais e, ainda, pessoalmente no Congresso Nacional.