UNE não descarta ocupação de reitoria

No Congresso em que comemora seus 70 anos, a União Nacional dos Estudantes (UNE) elegeu pela quarta vez na sua história uma mulher para presidir a entidade

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Por Brunna Rosa No Congresso em que comemora seus 70 anos, a União Nacional dos Estudantes (UNE) elegeu pela quarta vez na sua história uma mulher para presidir a entidade. A gaúcha Lúcia Stumpf, de 25 anos, estudante de ciências sociais e jornalismo, estará à frente de uma das mais importantes e tradicionais organizações da sociedade civil brasileira. Em entrevista a Fórum, Lúcia fala sobre a “jornada de agosto”, uma grande mobilização dos estudantes do ensino público e privado e garante que todas as formas para conquistar as reivindicações poderão ser usadas. Fórum- Em sua posse como nova presidente da UNE falou-se em radicalizar as ações. Quais serão as ações que radicalizarão o movimento estudantil? Lúcia Stumpf- O Congresso da UNE definiu várias pautas consensuais e isso vai nos permitir construir um movimento estudantil ainda mais ousado. Radicalizando no sentido de construir grandes mobilizações. Começamos por convocar para uma grande jornada que acontecerá em todos os estados. A meta da “jornada de agosto” é a conquista de um plano nacional de assistência estudantil, o MEC deve garantir ao menos 200 milhões de reais no orçamento das universidades federais para ser investido, exclusivamente, em assistência estudantil. Nesta mesma jornada, reivindicaremos a regulamentação do ensino privado brasileiro. Para garantir estas vitórias a UNE vai se utilizar de todos os expedientes. Além de mobilizações de rua não descartamos novas ocupações de reitoria, nas públicas e nas privadas. Fórum- A jornada de agosto também será para regulamentar o ensino provado. Que tipo de regulamentação a UNE reivindica? Stumpf- O ensino privado hoje no Brasil são terras sem lei. Não há uma regulamentação para o setor. O aumento de mensalidade é abusivo, o corpo docente é sobrecarregado e não há investimento em pesquisas. A falta de regulamentação faz com que muitos estudantes sejam constrangidos quando há atraso no pagamento da mensalidade. Infelizmente é comum o estudante não conseguir realizar uma prova ou passar pela catraca, quando esta em débito com a universidade privada. A UNE acha que para acabar com estas liberdades só um conjunto de leis aprovado pelo congresso nacional vai resolver esta questão. Fórum- A UNE discutirá junto ao governo Federal a construção do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE)? Stumpf- A UNE está disposta em discutir o PDE e sua implementação para a melhoria da educação no Brasil. No que diz respeito a regulamentação do ensino privada o PDE, assim como o PL 7.200 da reforma universitária, não estabelece novos critérios para o ensino privado. Fórum- Qual a posição da UNE quanto a reforma universitária? Stumpf- Pediremos que o PL 7.200 volte a tramitar no Congresso nacional para que seja aprovado uma reforma universitária que garanta uma política diferenciada para a educação brasileira. Fórum- Há alguma reunião prevista entre a UNE e o MEC para a discussão da reforma universitária e o PDE? Stumpf- A UNE, em seu congresso, determinou a organização da jornada de agosto. Nossa agenda é de mobilização, intensificando as lutas para conquistar vitórias. Acreditamos que a pressão que será exercida pelos estudantes, durante a jornada, seja capaz de construir estas transformações.