UNE troca Sarney pelo pré-sal

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A UNE do “Fora Collor”, “Fora FHC” e “Fora Pitta” não pedirá o “Fora Sarney”, nem mesmo o “Abaixo os atos secretos do Senado” no próximo dia 15, em Brasília, na passeata com 10 mil estudantes que abrirá o seu 51° Congresso. A bandeira escolhida dessa vez foi o “Pré-Sal é nosso”, uma alusão ao “Petróleo é nosso”, campanha que alavancou a entidade nos tempos de Monteiro Lobato.

A UNE quer um marco regulatório sobre o tema, e que o dinheiro arrecadado vá para a educação. Justo, justíssimo. Mas e o Sarney? “Não tiramos deliberação sobre isso, mas pode ser que no Congresso o tema entre na pauta”, informa Lucia Stumpf, a presidente. A propósito: a septuagenária União Nacional dos Estudantes, que formou José Dirceu e José Serra na escola da política, contará com Lula no ato de abertura. Como gosta de dizer o presidente, isso nunca antes aconteceu na história desse país. Mas a UNE, segundo sua presidente, é independente. “A UNE não é governista, mas dialoga com o poder. E Lula inaugurou um novo formato de diálogo, como era com Jango. FHC, por exemplo, nunca aceitou dialogar com a gente”, diz Lucia.

Governista ou não, a UNE realizará dia 15 o maior congresso de sua história, com 15 mil estudantes, sendo pelo menos 5 mil delegados. Será também o mais transparente, já que pela primeira vez todos os processos eleitorais da base estão disponíveis no site da entidade. O sistema, aliás, mudou, e chegou bem perto de uma eleição direta. Agora os delegados são eleitos via urna diretamente pelo conjunto dos alunos das universidades, e não mais por curso. Ou seja, qualquer um pode ser candidato. “É tudo 100% transparente. Houve eleições em 100% das (universidades) públicas, em 100% das PUCs e Católicas. No total, dois milhões de estudantes votaram em urna”, conta a presidente.

O congresso também será o mais plural. PPS, DEM e PSDB mimetizaram a macro política parlamentar: chegarão juntos a Brasília. O PMDB, agora divorciado do MR8, vai sozinho, com Clarice Garotinho, presidente da JPMDB, à frente. A moça deve compor com o majoritário PCdoB. Assim como a DS, maior tendência da esquerda petista. “Levaremos algo em torno de 50% dos delegados”, diz um alto dirigente da UJS, a juventude do PCdoB.

E o PT? Severine Macedo, secretária nacional de Juventude do PT, informa que o partido tem divergências com a UJS, mas ressalta que é importante que a UNE chegue unida em 2010. Dilma Rousseff agradece...

Saiba mais sobre o Congresso da UNE, e fundação da UNE do B, a ANEL, do PSTU, próxima edição da Fórum.