União Europeia debate crise migratória do Mediterrâneo

Os chefes de estado e de governo vão realizar um Conselho Europeu extraordinário em Bruxelas, para debater as mais recentes tragédias no Mediterrâneo

Bebê é resgatado no mar Mediterrâneo (Foto: Reprodução/The Guardian)
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Por Karine Melo, da Agência Brasil [caption id="attachment_63759" align="alignleft" width="300"]Bebê é resgatado no mar Mediterrâneo (Foto: Reprodução/The Guardian) Bebê é resgatado no mar Mediterrâneo (Foto: Reprodução/The Guardian)[/caption] Os chefes de estado e de governo da União Europeia vão realizar um Conselho Europeu extraordinário na próxima quinta-feira (23), em Bruxelas, para debater as mais recentes tragédias no Mediterrâneo, anunciou hoje o presidente do Conselho Europeu. “A situação no Mediterrâneo é dramática. Não pode continuar assim. Não podemos aceitar que centenas de pessoas morram ao tentar atravessar o mar rumo à Europa. É por isso que decidi convocar um Conselho Europeu extraordinário para esta quinta-feira”, afirmou Donald Tusk, em um vídeo divulgado na sua conta na rede social Twitter. "Há desafios que só podem ser adequadamente respondidos se houver uma abordagem cooperativa, como é o caso  dos fluxos migratórios. Não posso, neste contexto, deixar de lamentar profundamente os trágicos acontecimentos deste fim de semana, que reforçam ainda mais a premência de todos trabalharmos conjuntamente numa solução para o flagelo a que temos assistido no Mar Mediterrâneo", disse  o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho. Os ministros do Interior e dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) também devem se reunir ainda hoje em Luxemburgo, após a reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros, para avaliar respostas para a crise migratória do Mediterrâneo. As autoridades europeias devem debater o que pode e deve ser feito para que estas catástrofes não se repitam e sobre como podem agir na Líbia para impedir que a situação política interna deixe caminho livre aos traficantes de seres humanos. Os fluxos migratórios da África para a Europa têm aumentado consideravelmente nos últimos anos. A sobrelotação e a falta de condições das embarcações levam muitas vezes à morte de centenas de pessoas. Atualmente, a guarda-costeira italiana resgata de 500 a 1.000 pessoas por dia. Hoje (20) a chanceler alemã, Angela Merkel, cobrou respostas da Europa sobre o mais recente naufrágio de imigrantes no Mediterrâneo, que matou centenas de pessoas. “Como milhões de alemães”, Angela Merkel está chocada com o naufrágio de domingo ao largo da Líbia, em que podem ter morrido 700 pessoas, disse o porta-voz, Steffen Seibert, à imprensa em Berlim. Ainda segundo o porta-voz, o fato de naufrágios acontecerem “com triste regularidade no Mediterrâneo” não é uma situação digna para a Europa. Ele acrescentou que um continente que tem um compromisso com a humanidade tem de encontrar respostas, mesmo quando não há respostas fáceis. Para o governo alemão a prioridade é salvar o maior número de vidas e, a médio e longo prazo, reforçar a luta contra o tráfico de pessoas e estabilizar os países de origem dos migrantes.