Uribe acusa dirigente de Ong dos direitos humanos de ser cúmplice das Farc

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O presidente colombiano, Álvaro Uribe, qualificou o chileno José Miguel Vivanco, diretor para as Américas da Human Rights Watch, de ser "cúmplice" das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). "Não venha o senhor Vivanco me ensinar direitos humanos. Antes que o senhor Vivanco, defensor das Farc, cúmplice das Farc, viesse criticar a política de segurança democrática, nós estávamos fazendo esforços para levar o país adiante após mais de 40 anos de terrorismo", disse Uribe.

O presidente fez a declaração na saída de uma reunião com indígenas na qual não conseguiu um acordo para a suspensão de um protesto social iniciado nas últimas semanas, no qual exigem do governo o cumprimento de acordos prévios sobre terras, produtividade e outros temas.

Uribe já havia feito outra crítica a organização de defesa de direitos humanos no fim de semana. "Quero dizer ao senhor Vivanco e aos senhores da Anistia Internacional que eles não têm que nos ensinar sobre direitos humanos, nem sobre convenções cristãs, nem sobre convenções democráticas", disse o presidente.
Segundo o mandatário, Vivanco "atua por rancor pessoal", porque "aqui pedimos respeito a ele há muito tempo".

A HRW emitiu por diversas vezes condenações contra as Farc, mas o último relatório da entidade causou a polêmica com o governo. No início de outubro, a HRW emitiu um relatório no qual acusou a administração de Uribe de impedir o trabalho da justiça local e de estabelecer relações entre grupos paramilitares e setores políticos do país.

Há algumas semanas, Vivanco foi expulso da Venezuela pelo presidente Hugo Chávez, quem afirmou que a organização de direitos humanos "foi criada pelo império para tentar manipular o mundo com o tema sacrossanto dos direitos humanos".

Na ocasião, o dirigente chileno havia apresentado um informe sobre os dez anos do governo Chávez, no qual denunciava o enfraquecimento da democracia e dos direitos humanos no país.

(Com informações da agência ANSA)