Ustra e delegado são denunciados por ocultação de cadáver na ditadura

Em sua denúncia, MPF afirma que os dois falsificavam documentos de vítimas

Coronel Ustra é denunciado por ocultação de cadáver (Foto: Divulgação)
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Em sua denúncia, MPF afirma que os dois falsificavam documentos de vítimas Por Igor Carvalho [caption id="attachment_23480" align="alignleft" width="420"] Coronel Ustra é denunciado por ocultação de cadáver (Foto: Divulgação)[/caption] Por serem suspeitos da ocultação do cadáver do estudante Hirohaki Torigoe, em 5 de janeiro de 1972, o coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-comandante do DOI-Codi de São Paulo, e o delegado aposentado Alcides Singillo, que trabalhava no Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo (Deops-SP), foram denunciados pelo Ministério Público Federal de São Paulo (MPF-SP). O nome de Ustra está presente ainda em outras duas denúncias protocoladas pelo MPF, também por ocultação de cadáver. Contra Singillo pesam acusações por sequestro. Na denúncia, o MPF afirma que Torigoe não foi morto na rua Albuquerque Lins, como consta no laudo necroscópico, tendo sido levado vivo para o DOI-Codi, onde teria sido torturado até a morte. As afirmações que contradizem o laudo emitido na época foram dadas por duas testemunhas que estava no local da prisão do estudante, que tinha 27 anos quando desapareceu.  Dos 15 integrantes do Movimento de Libertação Popular (Molipo) que morreram entre novembro de 1971 e outubro de 1972, estava Hirohaki Torigoe. Na denúncia do MPF, os documentos das vítimas foram falsificadas e suas certidões lavradas com nomes falsos, sendo enterrados posteriormente nos cemitérios de Perus e Vila Formosa. Para o MPF, Ustra enterrou o corpo de Hirohaki Torigoe de forma clandestina, ordenou seus subordinados que omitissem informações sobre o paradeiro do estudante aos pais, falsificou os documentos e retardou a divulgação da morte.