Vacina contra câncer desenvolvida em Harvard evita morte e volta da doença

Testes foram feitos até o momento em camundongos; 100% dos animais medicados sobreviveram; aplicação é feita no local próximo ao tumor e evita quimioterapia geral

Vacina contra câncer de Harvard se assemelha a uma aspirina (Foto DIvulgação/Wynn Institute)
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Cientistas do Wynn Institute, ligado à Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, conseguiram resultados promissores em uma potencial vacina contra alguns tipos de câncer. Até o momento, nas fases de testes o imunizante teve 100% de eficácia.

Chamada de “vacina implantável”, o produto tem tamanho próximo a uma aspirina e é colocado próximo do local onde está o tumor. Isso evita a necessidade de quimioterapia por todo o corpo. Depois de sua aplicação, a vacina reprograma o sistema imunológico para atacar as células cancerosas em todo o corpo do paciente.

Para estudar a eficácia do imunizante, os pesquisadores fizeram testes com diferentes formulações em camundongos e mantiveram um grupo de animais sem tratamento. Todos os que receberam a vacina em gel sobreviveram, sem metástase. Em contrapartida, 100% dos camundongos que ficaram sem tratamento morreram.

Os resultados foram publicados na revista Nature Communications nesta terça-feira (10). No texto, os autores escrevem que cânceres de mama triplo negativo (TNBCs) são resistentes aos tratamentos e imunoterapias atuais, devido em parte à dificuldade de reprogramar o microambiente tumoral altamente imunossupressor”.

Segundo a explicação, o antígeno desenvolvido pela equipe “aumenta a morte imunogênica de células tumorais” e “melhoram significativamente a eficácia antitumoral contra TNBCs pouco imunogênicos”. O texto ainda descreve que o sistema também previne a recorrência do tumor após a ressecção cirúrgica e “resulta em 100% de sobrevida livre de metástases após nova provocação”.

Próximos passos

A equipe de pesquisadores vai seguir estudando a combinação da quimioterapia com imunizantes contra o câncer. A expectativa é a melhora da eficácia antitumoral para outros tumores cujos tratamentos são mais difíceis.

Além disso, os cientistas esperam fazer mais estudos para otimizar o sistema de pesquisa. Com isso, a vacina deve avançar para testes pré-clínicos e, depois, para pacientes humanos.

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