“Vamos demover o título de estado bolsonarista”, diz pré-candidato do PT ao governo do Rio Grande do Sul

Em entrevista à Fórum, Edegar Pretto também afirma que, na história do estado gaúcho, os maiores investimentos foram realizados durantes as gestões petistas

Edegar Pretto é o pré-candidator do PT ao governo do Rio Grande do Sul/Foto: Fórum
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Edegar Pretto está em seu terceiro mandato como deputado estadual pelo Partido dos Trabalhdores do Rio Grande do Sul e, atualmente, está diante, provavelmente, de sua missão mais importante enquanto figura política: representar o PT na disputa pelo Palácio Piratini.


Pesquisa divulgada pelo Instituto Atlas mostra liderança do deputado estadual Edegar Pretto (PT) na disputa para governador do Rio Grande do Sul. O petista tem 18,6% das intenções de voto, seguido do ministro do Trabalho e Previdência de Jair Bolsonaro, Onyx Lorenzoni, com 17,8%.


Em terceiro está o senador Luis Carlos Heinze (PP) com 9,2%, Pedro Ruas (PSOL) com 8,4%, o deputado federal Beto Albuquerque (PSB) com 7,8%, o vice-governador Ranolfo Vieira Júnior (PSDB) com 4,5% e o deputado federal Alceu Moreira (MDB) com 3,5%.


Durante entrevista ao Fórm Onze e Meia, Edegar Pretto comenta sobre a pesquisa e afirma que isso representa um sentimento que há um bom tempo se faz presente nos pampas. “Já faz algum tempo que nós estamos colhendo esse sentimento nos nossos pampas. O Rio Grande também está recebendo bons ventos que vem soprando da América Latina, que já chegou no nosso Brasil e que espalhou esperança e aqui no Rio Grande do Sul também”, analisa Pretto.

O parlamentar e pré-candidato ao governo do estado do Rio Grande do Sul também afirma que, historicamente, o estado gaúcho “nunca se conformou em ficar de braços cruzados sobreo o que acontece ao seu redor, o nosso estado sempre foi ativo, sempre esteve à frente nas principais mudanças que ocorreram em nosso país”.


Em seguida, Pretto afirma que já faz um tempo que os democratas e antifascistas se incomodam com a ideia de o estado carregar a pecha de ser “bolsonarista”.

“Nós todos, antifascistas, estávamos incomodados com o título de o Rio Grande do Sul ser um ‘estado bolsonarista’, mas nós vamos demonstrar mais uma vez que a gauchada sabe dar a volta por cima e nós vamos formar aqui um potente palanque ao presidente Lula e vamos percorrer esse estado de ponta a ponta”, avisou.

Para Edegar Pretto, “os gaúchos, assim como os brasileiros, estão sentindo falta daquele governo, como dizia o presidente Lula, de colocar o trabalhador no orçamento. As pessoas sentem saudades de se alimentar melhor, passear, poder consumir e viverem felizes. Nós vamos fazer aqui o maior e mais potente palanque ao presidente Lula e vamos demover esse título de que aqui é um estado bolsonarista. Nós somos um estado progressista”.

Adão Pretto

Edegar Pretto é filho de uma liderança histórica do PT gaúcho, Adão Pretto, morto em 2009 e que foi deputado constituinte, federal e um dos fundadores do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Ao Fórum Onze e Meia o deputado relatou algumas histórias ao lado de seu pai.

“Até os meus 17 anos fui um jovem rural, trabalhando na roça com muito orgulho, saí do interior de Miraguaí para acompanhar o meu pai, o Adão Pretto, o primeiro pequeno agricultor que aprendeu a ler e escrever com 17 anos e que lá em 1986, quando foram eleitos os deputados constituintes, ele aceitou, assim como eu estou aceitando agora, a maior missão de sua vida: que é largar a enxada e pegar uma caneta para fazer as leis em nome de sua classe: os pequenos agricultores, os com pouca terra e os sem-terra”, revela Pretto.


O pré-candidato do PT também lembra do momento em que seu pai aprendeu a tocar e gaita e se descobriu poeta.
“Aos 40 anos, talvez para melhor se comunicar, o meu pai aprendeu a tocar gaita e virou gaiteiro, aprendeu a cantar e descobriu que ele era poeta e começou a fazer poesias, a fazer versos… dois anos depois a antiga Editora Voz lançou o livro do Adão Pretto e se esgotou a primeira edição, a segunda, a terceira e ele foi forjando a sua consciência junto com a sua classe e se tornou um lutador social da igreja, do sindicato”, lembra.

“Quando a chegou a hora de escolher o candidato, escolheram o Adão Pretto, e desde então eu me tornei um companheiro de Adão Pretto e que fazia a trova, fazia a poesia, se apresentava nos atos, ele com a sua gaita e com o seu filho que era eu, na época eu comecei com 8 anos e percorri esse Rio Grande de ponta a ponta desde então”, revela Edegar Pretto.

A disputa pelo governo e a herança petista


O deputado acredita que, a partir de 2017, quando assumiu a presidência da Assembleia Legislativa do Rio Grande de Sul, o seu trabalho pode se tornar mais conhecido para outras camadas da sociedade gaúcha.


“Em 2017 tive a oportunidade de presidir a Assembleia Legislativa e o povo gaúcho pode conhecer mais o trabalho de Edegar Pretto, forjado em movimentos sociais, mas que tem a capacidade de escutar as pessoas e conviver com as diferenças”, comenta.


Sobre a sua candidatura, Pretto faz questão de afirmar que ela “é uma candidatura que não brota apenas de um partido, mas brota a partir de um movimento para além do nosso partido político, para além de pessoas que se organizam em partidos políticos, mas a para a classe trabalhadora, para aqueles são democratas, antifascistas”.

Por fim, Edegar Pretto afirma que o povo gaúcho “está com saudades” dos governos do PT e lembra que, desde Getúlio Vargas, foram os governos de Lula (2002-10) e Dilma Rousseff (2010-16) que mais investiram no Rio Grande do Sul.



“Os governos Lula e Dilma fizeram uma grande diferença na vida do povo gaúcho: só no PAC 1 e 2 nós tivemos um investimento de R$ 115 bilhões. De Getúlio Vargas para cá, nenhum deles fizeram um investimento desse tipo. Foram construídas três universidades federais”, destaca Pretto.

A entrevista na íntegra pode ser conferida abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=IXSZhG711ws