Venezuela denuncia Bolsonaro à comunidade internacional por abrigar terroristas e agir por intervenção militar

Em um duro comunicado, o Ministério de Relações Exteriores diz que a atitude "insólita" da diplomacia de Bolsonaro confirma "a proteção e a cumplicidade dos governos satélites dos Estados Unidos para agredirem a paz da Venezuela através de mercenários que confessaram seus crimes"

Bolsonaro durante revista à tropa (Foto: Marcos Corrêa/PR)
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Em um duro comunicado divulgado neste domingo (29) nas redes sociais pelo chanceler Jorge Arreaza, o Ministério de Relações Exteriores da Venezuela rechaçou e denunciou perante da comunidade internacional a decisão do governo Jair Bolsonaro de dar status de refugiados aos cinco "terroristas", dissidentes das forças armadas venezuelanas, que confessaram participação no assalto ao Batalhão de infantaria de Selva de Gran Sabana, quando roubaram 120 fuzis e 9 lança-foguetes, deixando um militar morto. "Este tipo de decisões do governo brasileiro é parte da ilegal e perigosa ativação do Tratado Interamericano de Assistência Recíprocua (Tiar), cujo propósito se orienta em gerar condições para uma intervenção militar na Venezuela", denunciou a chancelaria venezuelana. De acordo com o documento, a atitude "insólita" da diplomacia de Bolsonaro confirma "a proteção e a cumplicidade dos governos satélites dos Estados Unidos para agredir a paz da Venezuela através de mercenários que confessaram seus crimes". Denunciando um agravamento do Direito Internacional Humanitário, o comunicado exemplifica indagando qual seria a reação das autoridades brasileiras caso a Venezuela desse proteção jurídica a desertores de seu exército que tivessem cometido ataques às suas instalações militares. "O povo da Venezuela tem certeza que o povo do Brasil não aprova as decisões temerárias como as que tem tomado o debilitado governo de Jair Bolsonaro", diz o texto. No Twitter, ao divulgar o comunicado, Arreaza fala da decisão "incomum" do governo brasileiro. "A República Bolivariana da Venezuela denuncia à comunidade internacional a decisão incomum do governo brasileiro de conceder status de refugiado aos cinco terroristas confessados, responsáveis pelo ataque armado ao Batalhão de Infantaria 513 do Gran Sabana".