O vereador Renato Freitas (PT-PR) foi preso pela Guarda Municipal de Curitiba (PR) na noite desta sexta-feira (23).
O petista, que é negro e usa cabelo blackpower, recorrentemente é alvo de ações truculentas da polícia e foi detido em junho por "perturbação ao sossego" enquanto ouvia música e jogava basquete com um amigo.
Desta vez, Freitas estava em uma barraca montada pelo PT na praça Rui Barbosa para convocar a população para o ato contra Jair Bolsonaro que ocorre no sábado (24) quando foi abordado por guardas municipais. Imagens mostram os agentes agindo com truculência contra o vereador, que foi arrastado para uma viatura e encaminhado à Central de Flagrantes da Polícia Civil.
Assista.
Fórum entrou em contato com a delegacia e o investigador Nascimento disse que não poderia dar mais informações sobre o caso, se limitando a dizer que Freitas foi detido por "discussão política" e, segundo ele, causado "lesão corporal" em uma "vítima".
A reportagem apurou que um bolsonarista teria tentado tirar o megafone do vereador e, então, foi iniciado um princípio de confusão. Somente Freitas, no entanto, foi preso.
O petista foi liberado e, ao sair da delegacia, deu detalhes sobre como foi detido. Segundo Freitas, ele gritava "fora, Bolsonaro" em um megafone quando um bolsonarista tentou agredi-lo.
O vereador, então, teria tentado afastá-lo com o próprio megafone. O bolsonarista, por sua vez, teria acionado os guardas municipais dizendo que foi agredido.
"Ele chamou a guarda, expliquei a situação, falei para pegarem as imagens da câmara. O fato é que eu fiquei como o agressor de uma situação que ele [o bolsonarista] incitou", disse Freitas.
O petista afirmou, ainda, que os guardas não quiseram ouvir sua explicação e já o imobilizaram e o agrediram. Segundo Freitas, os agentes ainda teriam zombado de sua prisão.
Assista.
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PT solta nota e diz que vai tomar providências
Logo após a notícia da prisão de Freitas, os diretórios do PT de Curitiba e do Paraná divulgaram nota repudiando o ocorrido e dando detalhes sobre a abordagem dos guardas municipais.
O partido informou, ainda, que já está tomando as providências contra a "injustiça".
Confira a íntegra da nota.
“O PT Curitiba e o PT Paraná repudiam veementemente mais uma ação irregular e preconceituosa das forças de segurança pública contra o vereador do PT em Curitiba, Renato Freitas, que está nesse momento detido no 8º Distrito Policial de Curitiba, no bairro Portão.
Até quando vamos sofrer tamanha humilhação e violência?
A prisão ocorreu enquanto Renato participava da atividade de convocação, na Praça Rui Barbosa, para o ato Fora Bolsonaro que acontece amanhã, 24 de julho. Ele foi detido pela Guarda Municipal de Curitiba por discursar contra Bolsonaro no megafone e pedir fim ao seu desgoverno.
Até quando esse regime de exceção vai existir? Basta!
O Partido dos Trabalhadores já está tomando todas as medidas para que mais essa injustiça contra o Renato seja desfeita o mais rápido possível.
Arilson Chiorato
Presidentes do PT Paraná
Angelo Vanhoni
Presidente do PT Curitiba”