Vídeo mostra assédio sexual às mulheres nas ruas do Cairo

Cineasta registra olhares invasivos de homens na capital do Egito.

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Cineasta registra olhares invasivos de homens na capital do Egito Por Opera Mundi Para mulheres egípcias e estrangeiras, o assédio é a norma quando elas estão em espaços públicos no Egito, não importa a hora do dia ou as roupas que elas estejam usando, afirmam as cineastas Colette Ghunim e Tinne Van Loon. Elas estão produzindo o documentário “The People’s Girls” ("As meninas do povo", em tradução livre) sobre o assédio a mulheres nas ruas e em espaços públicos no Egito. Essa é uma questão premente no país: relatório divulgado pela Fundação Thomson Reuters coloca o Egito como o pior país para as mulheres no mundo árabe em termos de assédio sexual, enquanto relatório da ONU Mulheres, publicado em abril de 2013, concluiu que 99,3 % das mulheres e meninas no Egito já sofreram assédio sexual. Segundo as cineastas, o vídeo “Creepers on the bridge” (“Esquisitões na ponte”, em tradução livre) “mostra como é para uma garota caminhar sozinha no Cairo”. Colette atravessou a movimentada ponte Kasr El-Nil enquanto gravava em segredo com seu celular. Ela colocou os fones de ouvido e fingiu estar conversando com alguém enquanto segurava o aparelho na altura do queixo. Quando sentia que estava sendo encarada pelos homens que passavam, virava a câmera disfarçadamente na direção deles. “O fato é que toda vez que uma mulher caminha sozinha na rua, não importa o que ela esteja vestindo, a maioria dos homens a encara desavergonhadamente. Eles analisam o corpo dela como se ela fosse um mero objeto, não um ser humano. A massiva ocorrência desses olhares faz com que essa seja a forma mais comum de assédio, tornando impossível que as mulheres se sintam seguras ao caminhar pelas ruas”, relatam as diretoras ao site Egyptian Streets. A canção que acompanha o vídeo, “A3akes Ah At7rash La2? (“Flerte sim, assédio não”), de Sadat & Fifty, comenta o problema do assédio sexual no Egito no estilo electro sh3abi, muito popular no país. As cineastas estão promovendo uma campanha no site Kickstarter para financiar e completar o documentário.

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