Wajgarten usa influência no governo para impedir projeto do Minha Casa Minha Vida em Maresias (SP)

Moradores apontam falta de infraestrutura e desvalorização dos seus imóveis

Foto: Marcos Bonello/PMSS
Escrito en POLÍTICA el
Moradores e donos de imóveis da praia de Maresias, no litoral norte de São Paulo, se uniram contra um projeto do Minha Casa Minha Vida no local. Trata-se da construção de um conjunto habitacional com cerca de 200 unidades para população de baixa renda. O chefe da Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência da República), Fabio Wajngarten, que tem uma casa no local, prometeu acompanhar a situação junto ao governo federal. A associação de moradores, que pressiona o poder público, ganhou no início de janeiro, o apoio de Wajngarten —que prometeu aos vizinhos acompanhar a situação em esfera federal, de acordo com pessoas que estavam na reunião em que ele fez uma palestra. A área escolhida pela prefeitura para o emprendimento fica a poucos quarteirões da praia em meio a vegetação. Há anos a população cobra da Prefeitura de São Sebastião a construção de uma estação de tratamento de esgoto da Sabesp. Como ela nunca chegou, as casas regulares contam com fossas sépticas. Eliseu Arantes, presidente da Somar (associação de moradores), afirma que “O?lençol freático está a cerca de 80 cm de profundidade. Quando chove é esgoto para todo o lado.” Já o líder comunitário, Cássio Murilo Furtado, pergunta: “Como vão querer colocar mais cerca de mil pessoas aí?”. O presidente da Somar diz que não é contra a construção das casas populares, mas que a população local deveria ser consultada e que há outras prioridades no bairro. Entre os moradores também há quem reclame e veja na medida uma ameaça de desvalorização de seus imóveis e reflexos na indústria hoteleira local, que trabalha com ocupação quase total durante o verão. “Apesar de não ser a preocupação principal, com a construção [do conjunto] existe uma tendência natural de desvalorização dos outros imóveis”, diz Arantes. Favorecimentos a clientes Wajngarten, dono da FW Comunicação e chefe da Secom, é o mesmo que foi alvo de denúncias, em janeiro, de ter privilegiado seus clientes com verbas publicitárias do governo Jair Bolsonaro desde que chegou, em abril, ao cargo, que é responsável pela distribuição dos recursos de propaganda do governo. Com informações da Folha