Witzel se pronuncia sobre ataque à produtora do Porta dos Fundos; Bolsonaro e Moro se mantêm calados

Ministro da Justiça e presidente da República não falaram sobre o ataque a bomba e nem mesmo sobre o vídeo de um suposto grupo integralista que reivindica o ataque; já o governador do RJ disse que quer "dar respostas" à sociedade sobre o caso

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
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O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, disse em entrevista ao jornal Estadão nesta quinta-feira (26), quase 48 horas depois, que repudia o ataque a bomba contra a produtora do Porta dos Fundos, na última terça-feira (24) na capital fluminense, e que quer dar respostas à sociedade sobre o caso. "Queremos, no prazo mais rápido possível, encontrar quem são os autores dessa espécie de atentado e dar imediatamente à sociedade as respostas necessárias. Nosso governo é contra qualquer manifestação de violência contra quem quer que seja", disse o mandatário estadual. Leia também: Supostos integralistas reivindicam ataque a bomba à produtora do Porta dos Fundos A Polícia Civil do Rio de Janeiro já está com as imagens de câmeras de segurança que mostram o momento do ataque a bomba à sede da produtora do grupo humorístico no bairro Humaitá. Pelo menos três pessoas participaram do atentado e já foi possível identificar a placa do carro utilizado pelos suspeitos. Os investigadores, entretanto, não trabalham com a hipótese de terrorismo, mas de tentativa de homicídio e explosão. Leia também: Afinal, o que é integralismo? Já o presidente Jair Bolsonaro, bem como o ministro Sérgio Moro, não tocaram nenhuma vez no assunto. Pelas redes sociais, o ex-presidenciável Ciro Gomes cobrou uma atitude do ex-juiz federal de Curitiba, hoje responsável pela pasta da Justiça no governo federal. "Sérgio Moro, entregue estas bestas à justiça ou estará cometendo prevaricação!", escreveu o pedetista ao compartilhar uma notícia sobre as imagens das câmeras de segurança que registraram o atentado. Especial de Natal O ataque à produtora do Porta dos Fundos aconteceu em meio à revolta gerada com o especial de Natal do grupo, lançado no início do mês e disponível na Netflix. Bolsonaristas e fundamentalistas religiosos passaram a promover ataques virtuais a integrantes do grupo humorístico pelo fato de o especial de Natal retratar, ironicamente, um Jesus Cristo homossexual. A produção audiovisual chegou, inclusive, a ser alvo de petições e ações na Justiça. Na última sexta-feira (20), uma juíza negou um pedido para que o especial de Natal fosse retirado do ar. “Seria inequivocamente censura”, disse a magistrada.