Youssef delata propina no Rodoanel e esquenta Lava Jato em São Paulo

Chamado para prestar depoimento aos investigadores da força-tarefa que investiga desvios no Rodoanel Norte, em São Paulo, Youssef contou que entregou dinheiro, a pedido do chefe da propina da OAS, José Breghirolli, em endereços de SP

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Um dos primeiros personagens e delatores da Operação Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef foi chamado para prestar depoimento aos investigadores da Operação Pedra no Caminho, braço da força-tarefa que investiga desvios e fraudes no Rodoanel Norte, em São Paulo. Youssef contou que entregou dinheiro, a pedido do chefe da propina da OAS, José Ricardo Breghirolli, em endereços de São Paulo. O delator ainda não citou os destinatários. O doleiro revelou que ‘o dinheiro era entregue nos endereços indicados’ por José Ricardo, por ele próprio e por seu funcionário Rafael Ângulo Lopes – também delator. Preso em 17 de março, Youssef deixou a cadeia dois anos e oito meses depois, em 17 de novembro de 2016. Youssef disse que “talvez Rafael Ângulo se recorde de algum endereço ou nome do destinatário final do dinheiro; que no dia em que foi preso na 1ª fase da Operação Lava Jato, em março de 2014, havia no cofre de seu escritório uma determinada quantia de dinheiro em espécie que seria usada em algumas entregas a pedido da OAS, por meio de José Ricardo, com as respectivas anotações de endereço e o nome do destinatário na cidade de São Paulo/SP”. Ele detalha que a aproximação com a OAS começou em 2002: "em meados do ano de 2012, o declarante estreitou suas relações com José Ricardo Breghiroli, à época funcionário da OAS. Se colocou à disposição de José Ricardo para a prestação de serviços para a OAS e, então, passou a prestar serviços de operação de ‘caixa dois’ também para a OAS, sempre por intermédio de José Ricardo.” "Youssef declarou que ‘em uma periodicidade de uma duas vezes por semana, encontrava-se com José Ricardo, ao longo dos anos de 2012, 2013 e início de 2014, quando então José Ricardo lhe entregava altas quantias de dinheiro em espécie, bem como apontava endereços e respectivos valores em que os montantes deveriam ser entregues’." Com informações do Estadão