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OPINIÃO
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- O Brasil está na imprensa internacional nesta quinta-feira (16) de duas formas. Uma pelas mobilizações de rua de quarta (15) contra os cortes na educação e outra pela desastrosa visita de Bolsonaro aos EUA. A viagem montada com fins de desviar a atenção das polêmicas criadas com a possível ida de Bolsonaro a Nova Iorque já começou a demonstrar suas fissuras, quando vários veículos de imprensa trazem notícias de vereadores de Dallas assinando carta contra a visita do presidente brasileiro, prefeito da cidade se esquivando de recebê-lo ou participar de atividades com ele, assessoria do ex-presidente Bush se dizendo surpresa com visita e até representantes do “World Affairs Council” revelando que o governo brasileiro teria montado uma premiação a ser recebida por Bolsonaro em uma atitude de autoconvite. Segundo matérias da imprensa, o tom de irrelevância da visita é revelada na “agenda” que Bolsonaro manteve com Bush tratando da eleição na Argentina! Surreal.
- Por falar em Argentina, segundo dados da imprensa de quarta (15), a piora na balança comercial do país que hoje é governado por quem derrotou o kirchnerismo foi o principal responsável pela queda do saldo positivo do comércio exterior brasileiro no primeiro quadrimestre de 2019. Segundo a FGV, o saldo foi de 16,4 bilhões enquanto no ano passado (mesmo período) foi de 18,2 bilhões. Também houve perdas no comércio com a União Europeia e a China, mas houve ganhos com EUA e Oriente Médio.
- Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente, também foram aos EUA esta semana. Aliás, eles foram para Nova Iorque para uma série de eventos que já estavam previstos para tratar sobre o Brasil e no contexto dos quais Bolsonaro receberia a homenagem que gerou tanta polêmica e acabou provocando um desvio de rota para o Texas. Alcolumbre falou em uma reunião promovida pelo “Bank of America” e a Câmara de Comércio Brasil-EUA e Maia falou no “9th Brazil and the World Economy”, em Nova Iorque. Aos empresários presentes ele disse: “Nós voltamos a fazer campanha contra a fome no final do ano passado, ninguém deu bola para isso, mas o Brasil tinha saído dessa agenda há alguns anos” e complementou: “A gente está com o risco de voltar, segundo um organismo da ONU, a participar de ambientes que o nosso país havia saído”. E ainda concluiu dizendo que se a PEC do Teto não for revertida, o Brasil pode entrar em “colapso social”. Ambos participaram na quarta (15) do “Lide Brazilian Investment Forum”.
- Um dos termômetros para a elevação do grau de tensão entre EUA e Irã tem sido o Iraque. Na semana passada o secretário de Estado Mike Pompeo cancelou em cima da hora uma reunião com A. Merkel, em Berlim, para ir às pressas a Bagdad. Esta semana, alemães e holandeses suspenderam as atividades de seus militares presentes no Iraque. Os EUA alegam que o Irã pode atacar a qualquer momento suas tropas posicionadas no Iraque. Na quarta (15), funcionários da embaixada dos EUA em Bagdad e do consulado em Erbil foram orientados a deixar as instalações.
- Analistas internacionais têm comentado que duas pautas que estiveram nas campanhas para o Parlamento Europeu em 2014 desapareceram das agendas dos partidos de extrema direita: a saída do bloco e o rompimento com a zona do euro.
- Os EUA cancelaram todos os seus voos comerciais para a Venezuela. Na quarta (15), o Departamento de Transportes dos EUA ordenou a suspensão de todos os voos comerciais de passageiros e de carga entre o país e a Venezuela. O argumento é de que há “agitação” e “violência” nos aeroportos venezuelanos.
- Ainda sobre a Venezuela, há notícias importantes de que conversações entre governo e oposição estão ocorrendo esta semana em Oslo, na Noruega.
- Segundo a ONU, o número de deslocados por desastres naturais de natureza climática está superando o número de deslocados por conflitos no planeta. Em 2016 foram mais de 24 milhões de pessoas, de 118 países e territórios, três vezes mais do que os deslocados por guerras e conflitos. A região do Pacífico, de onde o secretário-geral Guterres falou na quarta (15) sobre o tema, é uma das mais atingidas com o risco de desaparecimento de terras com a elevação do nível do mar.
- Uma entrevista publicada na quarta (15) pelo jornal “Suddeutsche Zeitung”, em parceria com o “The Guardian”, com a chanceler alemã Angela Merkel traz as seguintes afirmações: “Eles (China, Rússia e EUA) estão nos forçando, a todo momento, a encontrar posições comuns. Isso geralmente é difícil dados nossos diferentes interesses. Mas nós temos que conseguir chegar a isso - pense, por exemplo, em nossa política relativa ao conflito na Ucrânia”. Segundo ela, uma das maiores preocupações atualmente na Alemanha é gerar riqueza econômica suficiente para enfrentar a crise ambiental. O plano é fazer da Alemanha um país neutro em carbono até 2050.
- Enquanto escrevo as notas, há notícias de que a Arábia Saudita está bombardeando a capital do Iêmen, Sanaa. O bombardeio ocorre 48 horas após os huthis terem assumido a autoria dos ataques a um oleduto saudita. O ataque se dá no contexto da elevação do nível de tensão entre EUA e seus aliados contra o Irã, que apoia os huthis no Iêmen.
*Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.
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