As eleições devem acontecer livres do Ministério Público, por Cléber Lourenço

A atuação do MP é exatamente a mesma que o método institucionalizado pela Lava Jato de perseguição e constrangimento de políticos em plena campanha eleitoral

Escrito en OPINIÃO el

Justiça bloqueou R$ 29 mi de Doria em ação por improbidade na Prefeitura de SP em uma ação que iniciou em 2018. A promotoria acusa o atual governador de São Paulo de ter feito autopromoção com propaganda de asfalto quando ainda era prefeito na capital.

Na mesma semana algu(M) (P)assarinho assobiou no ouvido de jornalistas da Folha sobre o plano da promotoria para suspender ação de dano ao patrimônio contra Guilherme Boulos por ter participado de protestos contra a reintegração de posse ainda em 2012.

Notem: audiência seria em junho desse ano, porém em função da pandemia a audiência ficou para março de 2021, a matéria da Folha diz que a Promotoria agora propõe que a ação penal seja suspensa por um prazo fixado e que Boulos cumpra uma série de condicionantes para que a pena seja extinta após um período que pode chegar a até quatro anos.

A atuação do MP é exatamente a mesma que o método institucionalizado pela Lava Jato de perseguição e constrangimento de políticos em plena campanha eleitoral. Em 2018, Haddad foi réu em diversas ações que não prosperaram posteriormente, mas para a revista IstoÉ fazer uma capa sobre o assunto em plena campanha eleitoral. Assim como quando Moro liberou a fantasiosa delação do Palocci.

Até quando a democracia será vítima das confabulações convenientes entre MP e setores da imprensa?

Esse processo contra o Boulos nem era para existir caso o princípio básico da Constituição Federal que trata sobre a função social da propriedade fosse levado a sério nesse país.

O “timing” da Folha me incomoda e preocupa, ou estão tentando tirar o foco de Bruno Covas por causa dos problemas envolvendo o seu padrinho político ou a Promotoria paulista está empenhada em “crivelizar” a capital paulista.

De qualquer forma, a nossa democracia segue sob a ameaça de promotores, procuradores e juízes de primeira instância que buscam concretizar suas ambições pessoais e políticas.

Encerro com a declaração de Boulos sobre a polêmica:

"Se depois de revirarem minha vida, tudo que encontraram contra mim foi estar junto com os sem-teto num dos despejos mais violentos da história, isso pra mim é motivo de orgulho. Se a acusação contra todos os candidatos fosse estar ao lado do povo contra um despejo injusto, a política brasileira estaria muito melhor"