Chora não, Jair... O que é teu tá guardado!

O sebo autoritário parido mundo afora nos últimos anos vai sendo varrido para a lata de lixo da História. Jair Bolsonaro pode gritar, xingar e usar pseudo-argumentos de seus seguidores lunáticos, mas nada impedirá que ele tenha o mesmo destino em breve.

Foto: Edição de imagens.
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Ainda é muito cedo para afirmar que o mundo pode voltar a respirar aliviado ante a ameaça irracional da onda política que levou figuras reacionárias e grotescas ao poder em vários países. Contudo, é inegável que a chama da esperança em dias melhores, com mais humanidade, volta a reluzir vistosa, depois de quase ter sido apagada por esses insanos que, agora, pouco a pouco, vão voltando para suas tocas.

A iminente derrota de Donald Trump, mentor dos desajustados e homem mais poderoso do planeta, ainda que não venha a ser tão retumbante quanto desejávamos, inaugura uma nova era política, uma espécie de retorno à normalidade.

Mas recordemos que essa não foi a única boa notícia nos últimos tempos. Muita porcaria nociva à humanidade já andou sendo despachada para o esgoto pelos eleitores, que paulatinamente dão indícios de que vêm recobrando a consciência e se arrependendo das amargas aventuras pelos campos do ódio e da psicose ideológica.

Nossos vizinhos argentinos, por exemplo, enxotaram o gourmetizado e hipócrita Mauricinho Macri da Casa Rosa, após um mandato desastroso que elevou o custo de vida da população e arrastou uma fração enorme da sociedade para a miséria. O xenófobo italiano Matteo Salvini recebeu o mesmo tratamento na terra da pizza e recolheu-se à sua insignificância depois de um período como vice-primeiro-ministro e ministro do Interior (dando as cartas na política nacional, com verdadeiros poderes de um premiê).

A usurpadora boliviana Jeanine Áñez, que virou ponta de lança após o golpe de Estado bem-sucedido aplicado em Evo Morales, também enfiou a viola no saco e bateu em retirada. Abdicou da candidatura, canalizou toda a sua influência nula para ajudar colegas da ultradireita no pleito, mas foi derrotada por Luis Arce, do MAS, partido liderado pelo presidente golpeado meses antes.

No horizonte, como um navio que parece flutuar à deriva, já podemos ver Jair Bolsonaro.

Seu governo é uma farândola que conduziu milhões de brasileiros ao desemprego, à pobreza e os colocou de volta no estigmatizante mapa da fome. O Brasil tornou-se, pelas mãos de Bolsonaro, um pária na comunidade internacional e motivo de piada e repulsa entre povos dos mais variados continentes e culturas.

Foi o Messias, igualmente, que nos levou a essa polarização nojenta e irracional. Sua claque inferniza o cotidiano nacional e nos atola nesse lodo sufocante da ignorância.

Lambe-botas de primeira hora de Donald Trump, a quem serve como um fiel submisso, Jair Bolsonaro está choroso e deprimido com a derrota que se avizinha de seu amo. No fundo, não é bobo. Sabe que sua implosão, a exemplo de outros canalhas citados anteriormente, é só uma questão de tempo.

Ninguém foge do compromisso inadiável de prestar contas à verdade e à História.

O sebo autoritário parido mundo afora nos últimos anos vai sendo varrido para a lata de lixo da História. Jair Bolsonaro pode gritar, xingar e usar pseudo-argumentos de seus seguidores lunáticos, mas nada impedirá que ele tenha o mesmo destino em breve.

Claro que é necessário manter a calma e preservar a prudência, afinal, o Brasil não é para amadores e costuma criar uma nova jaboticaba por dia. Aqui, tudo é possível e não me causará estranheza se o liso e escorregadio imperador das rachadinhas conseguir, como um camaleão, abandonar a casaca de teen leader trumpista para se reaproximar de lideranças mundiais "normais".

O fato é que, por enquanto, ele permanece com a cara inchada, chorando seu luto e afogando as mágoas na tentativa de superar a derrota de Trump que inevitavelmente se concretiza.

Deixemo-lo lá... Em pouco tempo será a vez dele de ser riscado de nossas vidas para sempre.