Chora não, neném! Miriam Leitão e as lágrimas de quem levou fumo

Mesmo sabendo da desgraça que nos espreitava na esquina, a Globo e outros oligopólios cheirosos do grande capital preferiram apostar num embrião de genocida do que em Fernando Haddad

Foto: Redes sociais (edição de imagens)
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O barulhento artigo de Miriam Leitão publicado hoje (24) em O Globo pode ser analisado sob dois pontos de vista distintos. Tudo que está exposto ali é o óbvio, à exceção da insistência em legitimar o golpe travestido de impeachment legal desferido em Dilma Rousseff, em 2016.

Lendo rapidamente, de fato Bolsonaro está em vias de implantar uma ditadura perfeita, com a PGR e o senhor Augusto Aras como cachorrinhos de estimação, o domínio das presidências da Câmara e do Senado, a inação do STF (que não dará uma ordem sequer por medo do vexame de ser desobedecido) e com o silêncio vergonhoso dos que consentem nas Forças Armadas.

Numa segunda análise, o que pode ser extraído da coluna da Urubóloga, como diria o saudoso Paulo Henrique Amorim, é que tanto Miriam, como as Organizações Globo, fizeram uma firme pontaria no alvo, mas acertaram o próprio dedão do pé.

O golpe era para abrir caminho aos seus candidatos preferidos e dar celeridade ao desmonte do natimorto e manco Estado de bem-estar social que mal começara a sair do papel nas gestões de Lula e Dilma. Só que a locomotiva da demência desenfreada pilotada por Bolsonaro saiu atropelando todo mundo, inclusive a emissora do Jardim Botânico.

Mesmo sabendo da desgraça que nos espreitava na esquina, a Globo e outros oligopólios cheirosos do grande capital preferiram assim mesmo apostar num embrião de genocida do que em Fernando Haddad.

Ficar enxovalhando uma presidenta democraticamente eleita com acusações infames e fazendo ilações mentirosas, sabendo que a única reação dela será negar, é fácil. Propor um golpe de Estado descarado utilizando contorcionismos semânticos e jurídicos para transformar uma manobra fiscal corriqueira num crime de responsabilidade, é moleza.

Eu quero saber, agora que são chutadas e estão com as torneiras da Secom fechadas, é o que Miriam Leitão e a Globo farão para interromper a marcha que está em curso e que deve culminar num regime autoritário capitaneado por um desajustado mental perverso e sustentado por suas volumosas frações de aloprados, além de ficarem choramingando e fingindo que não sabem como as coisas foram chegar neste cenário catastrófico.

Miriam, francamente... Vá te catar!