Jacarezinho, Palestina e pandemia no Brasil: Deus acima de todos! – Por pastor Zé Barbosa Jr

O deus “judaico-cristão”, perverso, racista, sanguinolento e fundamentalista precisa ser combatido, rechaçado e morto! E acreditem, esse deus não ressuscita! Ele é amante da morte! E é uma perversão, tanto do judaísmo quanto do cristianismo!

Foto: Gulf Times (Reprodução)
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Tragédias após tragédias, parece que vamos nos acostumando ao morticínio escancarado e aos projetos de genocídio. A avalanche de informações e notícias sobre esses temas parece que nos anestesia ao ponto de encararmos como “mortes inevitáveis” ou até mesmo mortes “desejadas”, como no caso do Jacarezinho, onde a ideia de “bandido bom é bandido morto” parece que venceu a narrativa.

Em todas essas barbáries, duas coisas precisam ser ditas: eram evitáveis e todas legitimadas por um deus monolítico, soberano, vingativo e absurdamente genocida. A tal herança “judaico-cristã” (termo que em si é contraditório) nos legou, em muitos casos, um deus sanguinário, racista, etnocida e indiferente à morte de milhares de pessoas. Principalmente se forem pobres, pretas e, no caso judaico, palestinas. Um deus mesquinho, tacanho, capaz de aniquilar sem dó aqueles que são divergentes ao seu “plano”, que estranhamente é branco, macho, rico e judeu. O deus dos “eleitos”.

Analisemos caso a caso.

A chacina que ocorreu no Jacarezinho é a face mais visível de um projeto de genocídio da juventude negra. E o que esse deus “judaico-cristão” tem a ver com isso? Essa divindade sempre foi racista! Os primeiros missionários que chegaram no Brasil eram escravagistas e seu deus tinha uma opção escancarada pelos ricos e brancos. Não só no Brasil, como em toda América Latina. O que me faz lembrar do poema de Atahualpa Yupanqui, “Preguntitas sobre Dios”:

“Que Deus vela pelos pobres?

Talvez sim e talvez não

mas é certo que almoça na mesa do patrão!”

A tal “dívida histórica” para com os negros passa impreterivelmente por uma dívida do discurso religioso, que até hoje demoniza religiões africanas e trata como diabólicas quaisquer heranças (e são muitas) vindas da África e da negritude. Além da demonização da pobreza. É um atravessamento das questões de classe e de raça. Esse deus odeia pobres e negros. Se estes e suas respectivas tradições religiosas arderão eternamente no inferno cristão, por que não os maltratar desde já? Um povo não vai além de seu deus!

A violência contra palestinos também passa, invariavelmente, por uma distorção da interpretação da divindade dos hebreus, que lhes “promete” uma terra já ocupada por outros. Sim, a tal “terra prometida” tinha dono. Não foi uma terra ocupada. Foi uma terra INVADIDA! Com a expulsão dos povos nativos. E com “a benção de deus”! Não dá mais para fechar os olhos a isso. Ler a Bíblia sem entender seu contexto histórico e político e “espiritualizar” uma questão como essa, legitimando assim, até hoje, genocídios e etnocídios, não somente é perverso como vai de encontro ao ensino do Cristo, isto para aqueles que, dizendo-se cristãos, apoiam o Estado de Israel em sua imposição aos palestinos, como se o Israel recente fosse um desdobramento do Israel bíblico.

Em tempo, é preciso dizer que muitos religiosos judeus também discordam da política absurda e etnocida de Netanyahu. Há muitos judeus que entendem o direito de palestinos à criação de seu Estado e ao espaço geográfico que ocupam.

E a barbárie da pandemia no Brasil passa, sem dúvidas, pelo “deus acima de todos” e a sua sanha “anticomunista”. Além de não entenderem nada do comunismo, não entendem nada da fé cristã. A explosão de mentiras, de negação da ciência e o apoio ao governo genocida de Jair Bolsonaro são traços inexplicáveis e absurdos de uma igreja doente que tem um deus louco, sanguinário e adoecido, que luta contra fantasmas e “inimigos imaginários”, manipulado por líderes inescrupulosos e bandidos e que carregam as mãos sujas do sangue de quase 450 mil brasileiros.

Esse deus “judaico-cristão”, perverso, racista, sanguinolento e fundamentalista precisa ser combatido, rechaçado e morto! E acreditem, esse deus não ressuscita! Ele é amante da morte! E é uma perversão tanto do judaísmo quanto do cristianismo! Um deus que legitima mortes precisa ser exposto e desacreditado. Não dá mais para ficarmos calados. Nossas crises e tragédias são “abençoadas” por ele.

Que não nos falte coragem e disposição. Temos muito pela frente e

“Vamos precisar de todo mundo

pra banir do mundo a opressão”

Seja ela humana ou “divina”.

Amém!

**Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.