Depois de fraldas, Planalto agora compra remédio para gases e calmantes... E isso é sério

A inacreditável história do mito que ia salvar o Brasil da corrupção e do comunismo, mas que depois falou “caguei” e agora não pode nem dar um peidinho pra não ficar nervoso – Por Henrique Rodrigues

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Quem não lembra da eleição de 2018, hein? Aquela batalha inexorável contra o comunismo comedor de criancinhas e implacável com as mamadeiras de piroca saçaricantes que atemorizavam a vida dos pobres brasileiros reféns da degeneração petista.

Surge então um ex-capitão insubordinado, calejado pela vida e por 30 anos fazendo niente na Câmara dos Deputados, que com sua virilidade e histórico de atleta, blindado até contra o coronavírus, deu aos brasileiros sofridos a oportunidade de impor uma derrota acachapante à corrupção e aos desvios morais do politiburo quase soviético que se instalara no seio da sociedade.

Seio não, que isso é saliência demais para uma onda conservadora e cristã que varreu o Brasil de cabo a rabo.

Rabo também não... É... Não pega bem.

Pois então... Passados quase três anos da ascensão do Mito e de sua batalha inglória contra os mais diferentes inimigos da humanidade casta e sem mimimi, como a ciência, a Terra redonda, o Golden Shower, os livros escolares e as vacinas, eis que os sinais de desânimo e cansaço, antes inimagináveis, abatem agora o resgatador dos valores seculares e imateriais da civilização brasileira.

Começou com um sonoro “caguei” para a CPI do Genocídio, que apura a hecatombe que expirou quase 600 mil cidadãos vítimas de uma doença para qual já se tem vacina. Como todo mito vive de contradições inerentes à sua própria existência, o nosso Gigante Adamastor disse que cagara, mas fora internado justamente por não cagar.

O séquito palaciano corre para comprar fraldas de adultos e lança a informação nas planilhas públicas da Presidência. O herói se safa do bisturi dos homens, como se fora ungido por um pastor que vende feijões da vida eterna (ele até estava do lado de fora para ladear o Martius tropical, que recebera alta médica momentos antes).

Agora, as indiscretas planilhas da corte real-republicana denunciam uma nova compra.

São 3.303 frascos de simeticona, um fármaco antiflatulência, e 1.662 ampolas de diazepam, um poderoso calmante que sossega até os leões mais ariscos das savanas africanas.

A vida é feita dessas intempéries e reveses, caros leitores. Num dia se combate o comunismo e se erradica a corrupção, enquanto noutro diz-se que cagou sem tê-lo feito e já não se pode nem peidar sem ficar nervoso.

Brasil acima de tudo, Deus acima de todos!