DESENVOLVIMENTO NACIONAL

Lula no Rio: O petróleo é nosso – Por Emir Sader

A primeira coisa que os governos posteriores aos do PT fizeram foi destruir a Petrobras. A empresa não era uma empresa de petróleo, era ligada ao desenvolvimento nacional, como ele sempre reitera

Foto: Ricardo Stuckert.
Escrito en OPINIÃO el

Lula voltou ao Rio, um estado com o qual ele tem uma relação muito especial. Um lugar que sempre deu a vitória ao Lula, que ele acolhe sempre com grande carinho.

Esta vez Lula retornou ao Rio para cumprir alguns compromissos políticos e retomar contatos. Teve reuniões com os movimentos populares, com o PT, com artistas, fez contatos com lideres políticos do Rio.

Foi às comemorações do centenário do PCB realizado pelo PCdoB, em Niterói, com um grande ato de massas. O partido se valeu da situação para definir formalmente seu apoio ao Lula como candidato à presidência da republica.

Lula disse que para recuperar a soberania nacional, convocará reunião com os 27 governadores dos estados, para reafirmar o pacto federativo do Brasil. E, em tom provocativo, disse: “ Bolsonaro, pode se preparar, porque estamos chegando.”

Lula compareceu também à Uerj, onde ele já tinha protagonizado um grande ato de massas anteriormente. Ali foi possível contornar a ideia original dos organizadores, de que o evento fosse aberto pelo governador bolsonarista do Rio de Janeiro, pela forte reação de professores, estudantes e servidores, contra a presença do governador.

A esse ato o Lula foi, entre outros, com Marcelo Freixo – com que há havia se reunido anteriormente -, para reafirmar que ele é seu candidato ao governo do Rio de Janeiro, opondo-se a posições que gostariam de algum tipo de aliança tácita com o atual governador do Rio de Janeiro.

O discurso mais significativo dele no Rio de Janeiro foi o que ele proferiu no encontro com o pessoal da Petrobras. “Foi contada uma narrativa para a sociedade brasileira contra nós, para 213 milhões de brasileiros, que estavam sentados ouvindo radio e televisão e ouvindo todas as mentiras que contaram contra a Petrobras”.

Enquanto isso, disse o Lula, “nós não construirmos a nossa narrativa”, o que ele disse que o incomoda muito. “A elite brasileira colonizada nunca aceitou a independência e muito menos a soberania. Tentar fazer o que nós fizemos, uma politica de fortalecer as empresas nacionais e uma politica de inclusão social, não pode ser aceito com facilidade.”

A primeira coisa que os governos posteriores aos do PT fizeram foi destruir a Petrobras. A empresa não era uma empresa de petróleo, era ligada ao desenvolvimento nacional, como ele sempre reitera. “A Petrobras tem que se transformar numa briga nacional”, agregou ele.

Sobre o novo presidente da Petrobras, Lula disse que faz parte aquele grupo seleto da elite brasileira, que não aceita que o petróleo é nosso. “Essa gente que não sabe governar.” E reiterou que um tema fundamental da campanha eleitoral será o da soberania, sem a qual não haverá nem democracia, nem possibilidade de retomada do crescimento econômico e da construção de um projeto nacional para o Brasil.

Lula dará sequência às suas circulações pelo Brasil com viagens à Bahia e ao Pernambuco. Na Bahia, dará impulso à candidatura do Secretario de Educação Jeronimo Rodrigues ao governo do estado. E a Pernambuco, para consolidar a aliança entre o PT e o PSB nas eleições de outubro. Em todos os lugares Lula em reiterado a necessidade de eleger também um Congresso identificado com sua plataforma de governo.

Ainda antes da campanha eleitoral, Lula desata assim o grande movimento que deve desembocar nas eleições de outubro, de que as viagens ao Rio de Janeiro, à Bahia e a Pernambuco é apenas o começo.

**Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.