Tá! Eu sei que você, caro leitor, sempre ouviu aquela história de que “o diabo é o Pai da Mentira!” Pois é... eu também achava isso. Inclusive li isso na minha velha e surrada Bíblia. Pelo menos foi o que aprendi desde a minha infância, mas... parece que os tempos mudaram!
Recentemente, por exemplo, um grupo de lideranças religiosas (de matrizes, vertentes e confissões de fé das mais diversas) foi convido pelo TSE para um “pacto de conscientização contra fake news”, um acordo em que esses religiosos ajudariam na luta contra a desinformação que, absurdamente, invade principalmente as redes sociais e aplicativos de mensagens. Uma proposta louvável do Tribunal Superior Eleitoral em um período tão dramático da nossa frágil democracia.
33 líderes foram convidados e, para nenhum espanto de quem acompanha o atual cenário de bizarrices brasileiras (que fariam o FEBEAPÁ parecer uma leve introdução), apenas 13 assinaram o acordo e, como era esperado, a maior parte dos que NÃO assinaram foram justamente os líderes evangélicos de grandes igrejas e ministérios que assolam o país. E ainda teve quem fizesse vídeo vociferando contra essa iniciativa tão necessária. Só podia ser um MALA mesmo!
Diante desse disparate, só uma resposta me vem à mente: O diabo entregou o seu posto de “pai da mentira” para Deus. Sim, só pode ser isso, afinal aqueles que se arvoram os “servos de Deus” no Brasil, representantes da mais pura “sã doutrina” querem ter o DIREITO DE MENTIR. Isso mesmo: Lutam para não dizerem a verdade e proclamá-la. É um Evangelho às avessas, onde Cristo é atalho, mentira e morte!
Ou Deus é o novo Pai da Mentira ou teremos que admitir que Malafaia, Paschoal Piragine, Claudio Duarte, Sóstenes Cavalcante, Hilquias Paim (Convenção Batista Brasileira), Roberto Brasileiro (Igreja Presbiteriana do Brasil) e outros líderes evangélicos são mentirosos e usam o nome de Deus para negociarem a fé e seus rebanhos a favor da mentira, do ódio, da desinformação e da violência.
Ou Deus é o Pai da Mentira ou reconheceremos que boa parte da igreja brasileira abandonou a fé, renegou a verdade e nega o Cristo que diz seguir, espalhando falsas notícias, boatos infundados e atacando pessoas e entidades que lutam por um país justo e democrático.
Ou Deus é o Pai da Mentira ou aqueles que se dizem evangélicos precisam urgentemente se arrepender da sua maldade e perversidade ao, DELIBERADAMENTE, escolherem a mentira ao invés da verdade, preferirem a desinformação ao esclarecimento dos fatos, desprezarem o que é justo e reto em favor dos seus líderes envolvidos até o pescoço em escândalos, falcatruas e toda a sorte de vergonha a que submetem a igreja brasileira.
Não pode haver “terceira via” quando se trata da verdade ou da mentira (até aqui a “terceira via” não se sustenta). Ou a igreja brasileira é mentirosa e perversa e, agindo assim, faz de seu Deus o Pai da Mentira ou Jesus Cristo não tem nada a ver com essa vergonha toda e, na verdade (e é o que este colunista pensa) esses falsos líderes são vendilhões do templo, estelionatários da fé alheia e tanto eles quanto os que o seguem precisam se arrepender, pois ainda acredito que, como os símbolos nacionais capturados pela mentira e pelo que há de pior na humanidade, resgataremos das mãos dos fascistas e mentirosos nossas cores, nossa bandeira e as palavras de Jesus: “e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará!”
Em outubro, o Brasil há de se libertar!
E, tomara, a igreja um dia volte a ter compromisso com a verdade, a justiça e a vida!
**Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.