Na noite desta segunda-feira (11), o perfil da primeira-dama, Janja Lula Silva, no X (antigo Twitter), foi hackeado e, por quase 1 hora, os criminosos realizaram uma série de publicações misóginas e de ódio contra a figura da esposa do presidente da República.
Além disso, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, também foi alvo dos ataques, bem como o ministro da Justiça e indicado por Lula à Suprema Corte, Flávio Dino.
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Não satisfeito, o criminoso publicou um áudio onde fez vários ataques ao Estado democrático de Direito; acusou o presidente Lula de uma série de crimes e ainda falou sobre a "elite da política". Ou seja, o falso discurso propagado por figuras populares da extrema direita.
Por "minutos intermináveis", como bem classificou Janja, criminosos distribuíram toda a sorte de violência sem que nada fosse feito por parte da plataforma. Eis a pergunta que importa: por que a rede X demorou tanto para intervir e bloquear a conta da primeira-dama?
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A pergunta acima realizada se dá pelo seguinte motivo: quando os algoritmos da rede X, mas também de outras plataformas, consideram que determinada postagem feriu as chamadas "regras da comunidade", a publicação, mas também o usuário, são rapidamente alertados e bloqueados.
Mas por que discursos de ódio permanecem nas redes? Foi com essa pergunta na cabeça que o jornalista Max Fisher iniciou uma longa investigação que envolve o Facebook, YouTube e o Twitter (rebatizada de X após ser comprada por Elon Musk) e que resultou no livro “A Máquina do Caos” (2023).
As descobertas Max Fisher são estarrecedoras: os gerentes das redes sociais operam deliberadamente para instalar o caos digital, pois, dessa maneira, as milhares de pessoas engajam na discussão e geram lucros exorbitantes.
Dessa maneira, o caos, dentro e fora das redes sociais - mas que geralmente começa na plataforma digital e salta para o real - é organizado e incentivado pelos algoritmos das redes sociais. Com dezenas de dados e casos concretos em todos os continentes, Max Fisher mostra por A+B que o ódio é um excelente negócio e que tudo é realizado de maneira consciente pelos arquitetos das plataformas.
No entanto, o caso do hackeamento de Janja torna tudo mais grave, visto que se trata de uma figura que representa o Estado brasileiro e é esposa do presidente da República. A inépcia da rede X em intervir no caso mostra que a regulamentação das big techs é mais do que necessária e que deve retornar ao debate no Congresso Nacional.