Humorista Carlos Castelo se autoentrevista para divulgar livro
Ele afirma que publicar pauta sobre livros é uma árdua tarefa para qualquer escritor e usou a estratégia para divulgar seu recém-lançado “Risos no hospício”
Algumas perguntas para mim mesmo
Hoje em dia, conseguir publicar uma pauta sobre livros em qualquer publicação, é uma árdua tarefa para qualquer escritor. Diante disso, tomei uma decisão: resolvi me entrevistar sobre meu 18º livro, Risos no hospício, que está em pré-venda aqui. Sabem como é, sou cronista, recentemente decretaram a morte da crônica, e não estou me sentindo nada bem.
Carlos Castelo: Olá, Carlos Castelo. Muito obrigado por me convidar para essa entrevista.
Carlos Castelo: Imagina! Só convido pessoas inteligentíssimas como você, dignas de compartilhar minha genialidade.
CC: Como foi o processo de escrever Risos no Hospício?
CC: Foi como um passeio num parque.
CC: Escrever então é prazeiroso para você?
CC: Não muito, o parque estava em chamas e eu estava usando gasolina como repelente de mosquitos.
CC: Quais são seus autores de humor favoritos? Algum deles inspirou a criação do livro?
CC: Stanilslaw, Ivan Lessa e Millôr. Nunca ouviu falar? Não se preocupe, eles também nunca ouvirão falar de você.
CC: Seu trabalho é descrito como "ferino, irônico e sarcástico". Isso descreve o autor ou apenas sua obra?
CC: Descreve ambos, mas no meu caso, também acrescentaria "extraordinário, magnífico, e incrivelmente modesto".
CC: Seu livro é uma coleção de crônicas e aforismos. Qual formato você acha que é o mais desafiador para expressar o humor?
CC: O mais desafiador é conseguir expressar humor em uma entrevista consigo mesmo.
CC: Carlos Castelo se leva a sério?
CC: Não sou Uber para me levar aos lugares.
CC: O colunista do UOL, Julián Fuks, em recente crônica, afirmou que o gênero crônica está morrendo. Você, como cronista, o que sente com tal afirmação?
CC: Puxa vida, não estava sabendo dessa morte anunciada! Agora vou ter que mudar meu testamento e deixar todas as minhas crônicas para o Fuks.
CC: Quais são seus planos para o futuro?
CC: Um livro chamado "Choros no Presídio”. Serão histórias sobre bolsominions arrependidos.
CC: Carlos, considerando a crítica de Walter Benjamin sobre a alegoria na literatura como um meio de expressar a decadência da experiência no capitalismo moderno, junto ao conceito de Mallarmé sobre um todo contínuo e fragmentado da linguagem e da experiência humana, ao mesmo tempo em que entrelaçamos a visão de Marx da alienação do trabalho e das mercadorias na sociedade capitalista, além do fluxo de consciência de Joyce e sua representação revolucionária da experiência humana através de uma consciência fragmentada, qual é sua visão sobre como esses elementos se integram ao humor de suas crônicas, e se, de alguma forma, eles servem para desmascarar a banalidade e a alienação da vida cotidiana, criando uma narrativa subversiva e irônica que desafia as convenções sociais e literárias permitindo que o leitor se liberte do conformismo?
CC: Vou jogar esta sua pergunta no Chat GPT e, mais tarde, respondo aqui.
CC: Se fosse vivo, o que Guimarães Rosa diria sobre você como escritor.
CC: Nonada.
CC: E seu xará, Carlos Drummond de Andrade?
CC: Tem uma pedra no meio da cabeça desse sujeito.
CC: Por fim, se pudesse dar um conselho aos aspirantes a escritores, qual seria?
CC: Parem de aspirar essas porcarias e escrevam.