Lula cresce com melhora na economia e tem aval de 62,9% para taxar ricaços, diz pesquisa
Atlas Intel mostra que crescimento na popularidade de Lula, que tem chances de ser reeleito no primeiro turno, se deu a partir da percepção da queda dos preços. Maioria avaliza taxação dos super ricos para financiar ações sociais.
“É a economia, estúpido!”. A máxima cunhada por James Carville, estrategista-chefe da campanha eleitoral do então candidato à Presidência Bill Clinton em 1992, segue ecoando nos dias atuais, especialmente no cenário político brasileiro, como mostra a pesquisa Atlas Intel divulgada nesta sexta-feira (24).
LEIA A ÍNTEGRA: Lula seria reeleito no 1º turno para quarto mandato se eleição fosse hoje, diz Atlas Intel
Faltando um ano para as eleições presidenciais, o estudo realizado com mais de 14 mil eleitores em todo o país - leia a íntegra - revela que Lula estaria reeleito no primeiro turno diante de uma curva ascendente nas pesquisas de intenção de votos e popularidade.
Esse crescimento se mostra inversamente proporcional diante da queda na percepção da inflação, fruto da melhora no ambiente econômico e do maior poder de compra, com o país registrando uma taxa de 5,6% de desemprego, a menor dos últimos 13 anos.
Em março deste ano, a aprovação do presidente bateu o menor nível, segundo a Atlas, com 44,6% - enquanto a reprovação foi a 53,6%. De lá pra cá, o índice saltou mais de 6 pontos percentuais, até atingir os mesmos 51,2% de aprovação registrados em janeiro de 2024.

A mesma curva ascendente se vê no principal cenário da disputa presidencial, contra Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos). Em março deste ano, a Atlas registrou a menor diferença entre os dois: 41,7% a 33,9%.
Desde então, Lula cresceu quase 10 pontos até os atuais 51,3%, com possibilidade de vitória no primeiro turno. Já Tarcísio - que ainda enfrenta uma guerra caseira com os filhos de Jair Bolsonaro (PL) - oscilou negativamente mais de 3 pontos, para os atuais 30,4%.
É a economia!
No cenário econômico, a percepção da inflação caiu diante do aumento de poder de compra e a confiança nos rumos da economia do país. Até o início do ano, a alta dos preços nos supermercados, principalmente, era tido como um dos principais fatores para a derrubada da popularidade do presidente.
A pesquisa Atlas mostra que essa percepção de alta nos preços atingiu seu pico em fevereiro, caindo consideravelmente desde então. Na perspectiva atual da inflação experimentada, a queda foi de 7,6 para atuais 5,6. Já na expectativa, que mede a projeção e a confiança na economia, a queda foi de 6 para 4,9.
O poder de compra é refletido na intenção de compras de bens duráveis. Em fevereiro, 26,1% dos brasileiros consideravam que comprariam mais diante dos atuais 32%, o que reflete uma confiança no parcelamento de compras, fruto da taxa que mostra que o país vive pleno emprego.
A preocupação com a economia e inflação, que já esteve no topo dos "maiores problemas brasileiros" também caiu e atualmente ocupa a quarta posição, citada por 19,7%.
Diante do bombardeio da mídia liberal na antecipação da disputa eleitoral, a "corrupção" e a "criminalidade e tráfico de drogas" voltaram a figurar entre as maiores preocupações - e são os principais temas que estão sendo colocados em pauta a partir de agora pelo governo Lula.
Taxação das fortunas
A pesquisa mostra ainda que 84% dos brasileiros consideram "uma medida boa" a isenção do Imposto de Renda (IR) para pessoas que ganham até R$ 5 mil mensais - a melhor avaliada entre as ações do governo.
A isenção ainda é vista pela maioria dos entrevistados - 52% - como uma preocupação de Lula em reduzir a desigualdade de renda. Para 65,9% a medida vai aumentar o poder de compra da população - 40% dizem que aumentará um pouco e 25,9% que aumentará muito.
A Atlas mostra ainda que Lula tem aval da população para compensar as perdas cobrando mais impostos dos ricaços, com renda acima de R$ 50 mil mensais. No total, 69,8% dos brasileiros apoiam o aumento da taxação sobre os ricos - 58,5% concordam totalmente e 11,3% parcialmente.
A pesquisa mostra ainda que 62,9% dos entrevista se dizem a favor da taxação dos super-ricos para financiar programas de combate à pobreza, à fome, e preservação ambiental.