Nessa quarta-feira (9), mais um capítulo importante e, ao mesmo tempo, vergonhoso, aconteceu no Conselho de Ética (Coética). Por 13 votos a 5, o Conselho recomendou a cassação do mandato do bravo companheiro. Ainda cabe recurso à Comissão de Justiça da Casa antes da votação no plenário da Câmara Federal.
Na verdade, quem faltou com a ética e o decoro foi o Conselho. Enquanto defendíamos o mandato democraticamente eleito de Glauber, aqueles que votaram por sua cassação se esconderam. Não apareceu nenhum defensor, dentre os 13 que votaram a favor da cassação, para discutir o assunto ou defender as razões de seu voto. E olha que ficamos na sala onde a reunião foi realizada de 11h até às 18h. Esses deputados se comportaram como gado, seguindo a ordem de comando de quem quer ver um deputado que defende os interesses populares sair de cena por exercer seu mandato com independência e combatividade.
Não é difícil alinhar os motivos por trás desse pedido de cassação. Vamos a eles.
- O combate à pistolagem das fakes, dos "likes" difamadores, da toxidade das redes antissociais, usados de maneira covarde e oportunista pelo provocador do MBL que perseguiu Glauber diversas vezes no Rio, usando as gravações para gerar “cortes” em suas redes;
- O empenho visceral na defesa da honra de quem nos deu a vida: o provocador xingou a mãe do Glauber, já gravemente enferma e que viria a falecer alguns dias depois;
- O questionamento da gestão autocrática, exercida por Arthur Lira, de uma instância pública como o Parlamento;
- A denúncia do caráter secreto e espúrio das emendas parlamentares, que aprisionam o Orçamento e deturpam as políticas públicas;
- A defesa da soberania popular e do patrimônio nacional, tantas vezes apontados por Glauber na tribuna de forma corajosa;
- A ética e a justiça na política, fundamento dos parlamentares do PSOL;
- A credibilidade do Conselho de Ética - e do próprio Parlamento - que atropelou todos os ritos democráticos mínimos:
Glauber está enfrentando este pedido de cassação não pela reação contra o provocador do MBL, mas por suas qualidades, pelo "conjunto da obra" de seu mandato.
Esse 9 de abril envergonha o Parlamento e agride a sociedade que o mantém.
Ainda que enojados, resistiremos.
**Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.