2 minutos e 20 segundos.
Parece pouco mais é uma eternidade.
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Este é o tempo que demora para subir (ou descer) a escada rolante do metrô aqui em São Petersburgo. Uma única escada de ponta a ponta. Você entra na escada e não consegue ver o final. São aproximadamente 60 metros de profundidade e não é apenas nessa estação, são todas assim, e tem uma explicação. O metrô foi construído depois da Segunda Guerra, já no início da Guerra Fria, e foi pensado como um abrigo antiaéreo para uma possível guerra atômica.
Mas saindo do metrô vejo São Petersburgo ensolarada. Se trata de uma cidade ocidental, conforme os planos do Pedro I, o Pedro deles, de abrir uma janela para o Ocidente. Isso explica por que chegar a Rússia por aqui não provoca nenhum estranhamento.
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A cidade é linda, cortada por canais e decorada com palácios coloridos. São prédios barrocos pintados de branco e azul, branco e amarelo, branco e vermelho, muitas cores. Pergunto para a guia a razão das cores e ela me explica: é para a gente enxergar os prédios durante o longo inverno. O céu é baixo e a neve é alta, fica tudo branco e nublado!
Agora, quando se entra nestes palácios ... UAUUU ... coisa de imperador russo! Para entender como é, só visitando.
Esta cidade fala mais dos tempos do Império do que do período Soviético. A guia me contou as fofocas da corte: quem subornou quem, quem roubou quem, quem traiu quem e quem matou quem. Parece que o mundo não mudou muito desde então.
Finda a visita, a guia foi embora e me encontrei com outras duas moças, a diretora da operadora local, com quem estou fazendo este novo acordo, e sua assistente. O idioma entre nós era o inglês, e assim começou a emergir um dos aspectos mais interessantes de uma viagem para um lugar longe e diferente: a comunicação.
Não se trata apenas de falar um idioma em comum, é mais do que isso.
Surgem as diferenças culturais que nem mesmo um idioma em comum (porém estranho aos dois lados) dá conta de resolver.
A atitude é diferente e isso causa estranheza. Senti falta do olhar direto, de qualquer toque físico e a dificuldade de compartilhar o momento vivido. Entre uma visita e outra aos hotéis, sobrava muito silêncio. A assistente, que me acompanhou nessas visitas, era uma figura quase caricata. Meu fôlego acabou no segundo hotel porque ela caminhava muito rápido e sem parar. Andava o tempo todo na minha frente, olhando para o chão ou falando no celular. Aos poucos fomos falando de coisas mais pessoais, mas era muito trabalhoso manter a comunicação e quando meu cansaço chegava num certo limite, dava a desculpa de ir ao banheiro para sair de perto, dar um tempo sozinha e descansar.
No dia seguinte reencontrei a guia, que era russa mas aprendeu o português e percebi que o contato que ela tinha com os turistas latinos aqueceram seu temperamento caucasiano, ela me deu até os dois beijinhos, me abraçou no final e sorriu.
Terminada a visita a São Petersburgo. Hora de partir. Vamos as três, a diretora, a assistente e eu, de trem para Moscou.
Do Svidania!!
*Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Fóru