Literatura

“Naim”, um livro provocativo?! – Por Mouzar Benedito

Se fosse em tempos de censura, se liberado, sairia no mínimo com uma ressalva na capa: “Proibido para menores de 18 anos”

Escrito en Opinião el
Mineiro de Nova Resende, é geógrafo, jornalista e também sócio fundador da Sociedade dos Observadores de Saci (Sosaci).
“Naim”, um livro provocativo?! – Por Mouzar Benedito
A capa do livro. Reprodução

Há muitos anos, tinha a ideia de escrever um romance baseado em personagens que conheci, mas fui deixando. Escrevi durante a pandemia, confinado em casa e com tempo para ruminar bastante. Ficou “na gaveta”, como se diz. Finalmente, este ano, mandei para o Marcelo, da recente editora MPR, de Belo Horizonte, e ele gostou bastante. Decidiu publicar e eu me entusiasmei, acredito que terá muitos leitores. É um livro polêmico, previno. Eu me lembrei que, se fosse em tempos de censura, se liberado, sairia no mínimo com uma ressalva na capa: “Proibido para menores de 18 anos”.

Não vou escrever sobre ele, passo para os leitores o que disse o editor, que já colocou o livro em pré-venda, por um preço acessível nos dias atuais. Espero que adquiram e critiquem, sem meias palavras. Aí vai...

Em breve, novo livro de Mouzar Benedito

Marcelo Pereira Rodrigues

Inicia-se agora a pré-venda do livro “Naim”, de Mouzar Benedito. Uma responsabilidade gratificante editá-lo pela MPR Edições. A sinopse do livro informa: “Duas minúsculas cidades de Minas Gerais, ambas com nomes fictícios, são os cenários do romance ‘Naim’.

O começo é em Pirambeiras, na montanhosa região do sul do estado, nas décadas iniciais do século XX. Com forte presença de imigrantes ‘turcos’ (muitos libaneses e alguns sírios) e sua cultura, tem personagens das mais variadas, com uma mentalidade conservadora mas às vezes exóticas e uma vidinha típica daqueles rincões mineiros, onde sempre havia alguém ou alguma família que se sentia acima dos demais moradores, com preconceitos contra os próprios conterrâneos e contra os imigrantes, que se integravam perfeitamente com os demais moradores.

Essa vidinha simples ali inclui futebol, vagabundagem, serenatas, namoros, brigas, prostíbulos, zoofilia e até – por que não? – homossexualidade. E não podia faltar algo comum no modo aparentemente comportado dos mineiros: humor.

Como um imigrante libanês chega ali, como e por quem é recebido? Como se relaciona com a comunidade? Como constitui família?

Naim é o personagem central nesta história. Filho de imigrantes, inteligente, amigável, mas pouco chegado ao trabalho e aos estudos, tem sonhos desfeitos e decide adotar uma opção de vida inusitada. Suas aventuras e desventuras têm às vezes detalhes narrados com alguma crueza.

Uma das suas irmãs, Zahra, mimada e vaidosa, igualmente pouco chegada ao trabalho e aos estudos, reparte com ele o privilégio dos afetos e do apego da mãe. Vive à espera de um príncipe encantado que não existe por aquelas bandas.

Aliás, não só ela: o sujeito que se sente elite deslocada dali também espera príncipes encantados para suas filhas e procura fora da cidade, preferindo aos locais mesmo que não sejam tão príncipes assim.

Mas Naim e Zahra, não são os únicos filhos da família. Têm irmãos que não recebem tanto carinho da mãe e de um outro familiar, enquanto o pai, generoso, fica fora disso. É uma pessoa boa para todos. E como vivem todas essas pessoas? Como se comportam no dia a dia? Como se relacionam com toda a população?

A vida muda. Que destino tem Naim com sua opção de vida e Zahra com sua ideia de princesa? E os irmãos? Viverão eternamente em Pirambeiras? 

Outro cenário do romance é Samambaia, distante de Pirambeiras, cidade que deveria crescer como as demais cidades da região em processo acelerado de desenvolvimento, mas uma década depois do meado do século continua na mesma. Ali se desenrola uma história que poderia, como a opção de Naim, ser considerada inusitada.

O romance é isso: ficção com boa dose de humor, mas com base numa soma de histórias de imigração árabe, comportamento humano e social em pequenas cidades perdidas de Minas Gerais, sexualidade numa sociedade conservadora, mas surpreendente e até um questionamento que os leitores podem ter: isso é (ou era) possível?”.

Instigante, não? Mouzar Benedito, 78 anos, mineiro de Nova Resende, quinto dos dez filhos de um barbeiro e uma dona de casa, é formado em Geografia e Jornalismo. Trabalhou ou colaborou em mais de 30 jornais – entre eles, o Pasquim, Versus, Em Tempo, DCI, Gazeta de Pinheiros, Jornal dos Bairros (BH), Juventud (Montevidéu), Porantim e Folha de São Paulo (caderno Folhetim) – e cerca de 30 revistas – entre elas, Guia Rural Abril, Chiclete com Banana, Teoria & Debate, Querida, Revista do Brasil, Brasileiros e Fórum. Na TV, foi editor regional do Jornal do SBT em Brasília e coordenador de rede na TV Record (SP). Fez, com Henfil, uma versão brasileira da revista Mafalda e traduziu vários livros para a Boitempo Editorial. Atualmente é colunista da revista Conhece-te e dos blogs da revista Fórum e da Boitempo.

Tem como pontos que considera “gloriosos” de seu currículo ter sido jurado do Festival de Cachaça de Sabará e ser sócio fundador da Sosaci – Sociedade dos Observadores de Saci. Tem mais de 50 livros publicados, entre eles “Pobres, porém perversos”, “João do Rio, 45”, “Trem Doido”, “Saci, o guardião da floresta”, “Paca, tatu, cutia... Glossário ilustrado de Tupi”, “Ousar Lutar – memórias da Guerrilha que vivi”, “1968, por aí... Memórias burlescas da ditadura”, “O Boitatá e os boitatinhas” e “Meneghetti – o gato dos telhados”.

Serviço

Pré-venda do livro a R$ 49 (já inclui a taxa de postagem). Chave pix CPF 050271466-20 em nome de Marcelo Pereira Rodrigues. Após o pagamento, enviar comprovante + o endereço completo para o e-mail [email protected] ou o WhatsApp (31) 98569-3602.

*Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Fórum.

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