O professor Márcio Pochmann, presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), utilizou suas redes sociais para divulgar o novo mapa-múndi oficial da instituição, que coloca o Brasil no centro do mundo.
A representação cartográfica remonta à obra América Invertida, do uruguaio Joaquín Torres García. A imagem, que se tornou um símbolo pop da esquerda latino-americana, tem como objetivo questionar a dominância do Norte Global em relação ao nosso continente. É um símbolo de soberania, patriotismo e libertação.
É claro que a direita bolsonarista fez chilique e escândalo com o novo lançamento, em especial no X, onde choramingaram por ver o Brasil no centro do mundo.
Também é claro todos estes símbolos causam ojeriza à horda de bolsonaristas, que têm comandado uma torpe campanha de difamação contra o IBGE e contra Márcio Pochmann.
Foram eles os organizadores dos ataques que tentaram impedir Pochmann de assumir a presidência do órgão em 2023 e são eles os responsáveis por colocar em dúvida os números da instituição.
O principal objetivo deste movimento é colocar em xeque as conquistas do governo Lula, refletidas nos números oficiais de redução da desigualdade, aumento da massa salarial, crescimento da indústria e avanço do Produto Interno Bruto (PIB).
Qualquer um que ocupasse o posto de presidência do IBGE sofreria tais ataques, porque a cruzada dos bolsonaristas é contra a verdade e a realidade inevitável: o governo Lula melhorou consideravelmente a economia brasileira e a situação dos mais pobres do país ao longo desses dois anos e meio de governo.
Mas a cruzada dos bolsonaristas especificamente contra Pochmann, que se manifestou nos últimos dois anos por conta do mapa-múndi, ocorre porque toca em um fato inegável da política brasileira: historicamente, quem defendeu a soberania e o patriotismo — não o nacionalismo tolo, mas a verdadeira defesa dos interesses nacionais — em nosso país foi o campo popular e progressista.
A direita, entreguista e chucra, não consegue pensar o Brasil no centro do mundo porque está muito ocupada beijando as botas dos estadunidenses.
A direita bolsonarista, que agora recorre ao salvacionismo de intervenção de Trump para tentar salvar Bolsonaro da cadeia, nunca conseguiu pensar em verdadeira soberania para além do verde e amarelo. E se ofendeu profundamente com o mapa divulgado pelo instituto.
A direita neoliberal e limpinha também quer ver Pochmann fora do IBGE. Porque esta, de maneira mais explícita, sempre foi antipatriótica (sem hífen, conforme o Acordo Ortográfico).
Talvez menos assanhada, decidiu atacar Pochmann pelas vias da polêmica em relação à Fundação IBGE+, uma ideia inovadora para melhorar a captação de recursos do IBGE em tempos de arrocho fiscal — pasmem, defendida por essa mesma direita neoliberal.
O Brasil, queiram ou não, é dos brasileiros. Mas quem tem a cabeça carcomida pelo neoliberalismo esbelto ou pelo bolsonarismo mais abjeto — igualmente serviçais ao Norte Global — vai ter que morder as costas ao ver o Brasil no centro do mundo.
Para os ofendidos pela soberania, já podem fazer a campanha para 2026: Faça O Brasil Capacho De Novo.