OPINIÃO

Trump e Netanyahu, os baluartes da necropolitica - Por André Lobão

O assassinato e extermínio como prática de Estado, o capitalismo e a extrema direita assumem o controle dos corpos como narrativa. Trump e Benjamin Netanyahu, dois assassinos confessos, naturalizados pela pela ordem dominante

Escrito en Opinião el
Jornalista de formação, especialista em Mídias Digitais, escritor e videomaker. Atualmente é jornalista do Sindipetro-RJ.
Trump e Netanyahu, os baluartes da necropolitica - Por André Lobão
Benjamin Netanyahu e Donald Trump na Casa Branca. Flickr The White House

O discurso da banalidade e do mal é absorvido e naturalizado pela opinião pública quando um presidente diz, abertamente, que vai assassinar o chefe de estado ou líder espiritual de outro país. A manchete do grande jornal sem crítica e reflexão, estampa friamente.

Trump diz que pode eliminar líder do Irã: "Sabemos exatamente onde se esconde o chamado ‘Líder Supremo’. É um alvo fácil, mas está seguro lá. Não vamos tirá-lo (matá-lo!), pelo menos por enquanto”, disse Trump em seu perfil na mídia social Truth Social.

Um cara aqui, da mesma ideologia, em campanha eleitoral, no ano de 2018, disse que ia metralhar os seus oponentes. Isso foi tratado como "figura de linguagem". Lá fora, no exterior, eles colocam em prática mesmo.
Assassinam presidentes, dirigentes de Estado, altos comandantes militares , pesquisadores e tentar exterminar uma população como a palestina, sem nenhuma parcimônia.

A necropolitica

A necropolitica é um conceito criado por  Achilles Mbembe, um filósofo camaronês, autor do livro "Necropolitica - biopoder, soberania, estado de exceção e política da morte", publicado em 2018, para definir as práticas continuadas de escravidão e exploração colonial, quando a política de Estado decide quem pode continuar a viver ou ser eliminado, não  de hoje  adotado e aplicado pelo sistema capitalista, sendo levado até as suas últimas consequências como narrativa da extrema direita.

O corpo indesejável  do outro a ser eliminado e exterminado. Os campos de concentração,  o apartheid, o extermínio que se tornam comuns aos olhos do comum.

O discurso de caçador de recompensas de Trump, em relação ao Irã é exatamente isso. O xerife do velho oeste que diz ao procurado, fora da lei: "entregue-se ou vou te matar"; "saiam da cidade (Teerã) para que não morram". A mesma "verve" de Benjamim Netanyahu em relação aos palestinos.

Logo Forum