Defesa da intervenção militar perde força, registra Pesquisa Fórum

Percentual dos que defendiam a intervenção que era de 33,4% em junho passou para 27,7% em julho, queda de 5,7%

Foto: Marcos Corrêa/PR
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A 4ª Pesquisa Fórum realizada de 14 a 17 de julho em parceria com a Offerwise sob coordenação de Wilson Molinari confirmou os resultados da edição anterior de junho de que o percentual dos brasileiros que se declaram de direita é maior dos que os que se afirmam de esquerda. Por outro lado, houve uma queda significativa na porcentagem dos que defendem intervenção militar, de 33,4% para 27,7%, o que pode indicar que o ocupação das Forças Armadas no governo Bolsonaro pode já ter entrado numa fase de desgaste. Seja apoiador da Pesquisa Fórum, receba relatórios exclusivos e participe da escolha das questões. Desde 15 de maio, por exemplo, o Ministério da Saúde é comandado pelo general Eduardo Pazuello, que loteou os cargos de confiança da instituição entre colegas de farda. Quando assumiu o cargo, o Brasil contava 14,5 mil mortos por coronavírus, hoje são quase 85 mil. O desgaste na proposta de convocação dos militares para “consertar os problemas do país” pode ter relação com fracassos como esse. Em relação ao ponto principal dessa sequência de perguntas sobre o posicionamento ideológico do brasileiro, houve uma discreta queda daquelas que se dizem de direita. Em junho, esse número era de 40,8% e passou para 37,7% agora em julho. Os de centro-direita eram 8,6% e passaram para 9%. De centro de 29,9% foram para 30,7%; de centro-esquerda, 7,2% e foram para 6,8%; e os que se diziam de esquerda que eram 13,6% passaram a ser 15,7%. Ou seja, se unificados os polos a direita ainda mantêm quase metade do país alinhada com suas ideias. São 46,7 de direita e centro-direita somados, contra 30,7% de centro e 22,5% de centro esquerda e esquerda somados. Ou seja, a direita é o dobro da esquerda. A 4ª Pesquisa Fórum ainda revela a opinião dos brasileiros sobre censura, fechamento do Congresso e fechamento do STF. Veja nos gráficos a seguir. Leia também: 36,3% a 16,2%: Pesquisa Fórum mostra Bolsonaro na frente de Lula Lula é apontado como o melhor presidente do Brasil desde a redemocratização, diz Pesquisa Fórum Pesquisa Fórum: de maio a julho Bolsonaro caiu entre os mais ricos e cresceu na classe média Aprovação de governo Bolsonaro é de 49,1%, quase metade do país Pesquisa Fórum: Avaliação de Bolsonaro se mantém estável com 33,3% de ótimo e bom

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Aprovação ao Bolsa família é alta e 80% defendem sua continuidade Pesquisa inova com metodologiaPesquisa Fórum é realizada desde abril e está em sua quarta edição. A Revista Fórum é o primeiro veículo progressista a realizar uma pesquisa de opinião mensal e conta com o apoio dos leitores no financiamento coletivo para a sua manutenção. Quem apoia a pesquisa, recebe relatórios completos e participa da escolha das questões. Apoie aqui.4ª Pesquisa Fórum foi realizada entre os dias 14 e 17 de julho e ouviu 1000 pessoas de todas as regiões do país. A margem de erro é de 3,2 pontos porcentuais, para cima ou para baixo. O método utilizado é o de painel online e a coleta de informações respeita o percentual da população brasileira nas diferentes faixas e segmentos. O consultor técnico da Pesquisa Fórum, Wilson Molinari, explica que os painelistas são pessoas recrutadas para responderem pesquisas de forma online. A empresa que realiza a pesquisa, a Offerwise, conta com aproximadamente 1.200.000 potenciais respondentes no Brasil. “A grande vantagem é que o respondente já foi recrutado e aceitou participar e ser remunerado pelas respostas nos estudos que tenha interesse e/ou perfil para participar. No caso da Pesquisa Fórum, por ser de opinião, não existe perfil de consumidor restrito, como, por exemplo, ter conta em determinado banco, ou possuir o celular da marca X. O mais importante é manter a representatividade da população brasileira, tais como, gênero, idade, escolaridade, região, renda, etc.”
Os painéis online são adotados como método de pesquisa no mundo todo, segundo Molinari. E regulamentados pelas principais associações de pesquisa. “Os painéis hoje são amplamente utilizados para pesquisas de satisfação, imagem de marca, qualidade de produtos e serviços, opinião, etc”, acrescenta.