
Fundado nos anos 80 com o objetivo de agregar trabalhadores, militantes de esquerda, intelectuais e artistas, o PT chega aos seus 40 anos como principal partido na preferência dos eleitores, mesmo sendo alvo de ataques maciços de setores alinhados aos conservadores e diante de uma crise política sem precedentes desde o golpe de 2016.
Segundo a Pesquisa Fórum de maio, o PT é a única sigla que chega aos dois dígitos de preferência, com 13,8% dos entrevistados dizendo ser simpatizantes de suas ideias – com 4,3%, o PSL, que elegeu Jair Bolsonaro, é a segunda legenda mais citada na pesquisa, ante 70% que dizem não ter preferência partidária.
O levantamento traça ainda um perfil de quem é esse eleitor simpático ao partido, que elegeu dois presidentes – Lula e Dilma – a partir da virada do século e apresentou uma nova alternativa, popular e mais democrática, de se governar o país.
Entre os homens, 14,9% citam o partido, enquanto o PT é lembrado por 12,8% das mulheres. A base eleitoral da sigla continua entre os jovens, concentrada entre 16 e 24 anos (17,7%) e 25 e 34 anos (19,1%). Entre os idosos, com idade acima de 60 anos, o partido tem preferência de apenas 6,7%, a mais baixa nas faixas etárias pesquisadas.
Nordestino, trabalhador e pobre
Lembrando a história de Lula, a maior força do eleitorado petista continua entre os trabalhadores com baixa renda, concentrados sobretudo no Nordeste brasileiro – embora tenha ganhado uma expressiva adesão de empresários, beneficiados principalmente durante o governo do petista.
No Nordeste, 20,7% dos entrevistas dizem ter o PT como partido de preferência. A região Norte vem em seguida, com 15%, e o Centro-Oeste na sequência, com 13,6%. No Sul está o menor índice, de 9%, e no Nordeste, onde a legenda foi criada 11% dizem ter simpatia pelas ideias petistas.
Em relação à renda, 18,6% dos que ganham até 2 salários mínimos citam o PT. Em seguida, estão aqueles que recebem entre 3 e 5 S.M., com 13,2%. Entre os mais ricos, que ganham entre 10 e 20 S.M. está a menor adesão, com 5,2%.
O partido ainda tem a preferência de 25,5% daqueles que estão na informalidade, fazendo os chamados bicos – que foram beneficiados em grande parte nas gestões petistas. Trabalhadores assalariados sem registro (18,7%), funcionários públicos (16,8%) e trabalhadores com CLT (13,4%) também tem boa adesão às ideias da sigla.