"Os ataques que fizeram contra a Petrobras começam a fazer contra a Caixa", diz presidente da Fenae

Segundo Jair Pedro Ferreira, dirigente da federação das associações dos funcionários da CEF, atacar a empresa impacta todo o sistema financeiro e o futuro do Brasil.

Foto: Fenae
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Em entrevista exclusiva à Fórum nesta terça-feira (6), Jair Pedro Ferreira, presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), explicou a importância do segundo maior banco do país e os ataques que vêm sofrendo. “Trata-se de uma empresa que completou 157 anos. Tem 87 mil trabalhadores, 4 mil agências, administra o FGTS, gerindo 502 bilhões de reais do fundo”, afirmou. De acordo com Ferreira, “existe uma política muito clara por parte do Ministério da Fazenda, ou seja, do governo federal, de sufocar a Caixa”. Para ele, "os ataques que fizeram contra a Petrobras começam a fazer contra a Caixa". O dirigente apontou exemplos de como isso ocorre. O primeiro ponto é tirar sua capacidade de fazer novos empréstimos, enfraquecendo a empresa. “Os ataques vêm de todos os lados, vem o ataque de mudar a diretriz da empresa, sufocar ela a ter novos recursos para emprestar e vem o ataque de ir tirando o atendimento à população.” Conforme ressaltou, desde 2014, a Caixa já perdeu 14 mil empregados e não houve contratações para repor. “Isso compromete o atendimento. Cria um desgaste na imagem.” Sobre a mudança da diretriz do banco, Ferreira contou que há três anos a Fenae vem lutando para que a CEF não se torne uma Sociedade Anônima S/A, que permitiria que seu capital fosse dividido em ações. “Conseguimos evitar que a empresa venda as ações em bolsa. Isso tiraria a capacidade dela de trabalhar com juros mais baixos, de trabalhar com os programas sociais que fomentam o desenvolvimento, permitindo que administre grandes programas como o Bolsa Família.” Ferreira destacou que hoje a Caixa tem 70% de todo o financiamento habitacional do país, em especial para a baixa renda. No Amazonas, por exemplo, os bancos públicos são os únicos que financiam a habitação no estado. “A CEF financia 91%, o Banco do Brasil, 9%.” A Fenae está fazendo campanhas para dialogar com a sociedade para mostrar a importância do banco público. “Os funcionários não concordam e vão batalhar para que o governo mude o seu posicionamento”, afirmou. “Precisamos nos juntar e nos unir para fazer o enfrentamento eleitoral. A CEF precisa continuar independente dos governos de plantão.” Assista à entrevista na íntegra https://youtu.be/DQ20L3KEcyU