‘Ele é surpreendente, não esmorece nunca’, afirma Lurian, filha de Lula ao Brasil de Fato

Em entrevista exclusiva ao Brasil de Fato, Lurian Cordeiro da Silva comenta a prisão do pai e a luta por sua liberdade

Lula e Lurian. Foto: Facebook do LulaCréditos: Arquivo Pessoal
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Lurian Cordeiro da Silva, 44 anos, é a primogênita do ex-presidente Lula. Em 1989, quando tinha apenas 15 anos, ela foi vítima de uma mentira disseminada nos meios de comunicação com o objetivo de impactar a candidatura de Lula à Presidência da República, como de fato ocorreu. “Para minha sorte, tive uma boa estrutura familiar”, afirma ela, ao comentar os diversos boatos espalhados para desacreditar Lula e sua família naquela época. Como o pai, ela é militante do Partido dos Trabalhadores (PT) e está ativa na luta por sua libertação de seu pai. Visitou Lula na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba e tem participado de atividades de solidariedade e de apoio ao ex-presidente. Em entrevista exclusiva ao Brasil de Fato, Lurian conta como a família está enfrentando a prisão, fala do ânimo de Lula para seguir na luta pela democracia e faz um chamado ao povo brasileiro: ‘a gente não pode desistir’. Confirma trechos da entrevista abaixo. Para ler na íntegra, acesso o Brasil de Fato: Brasil de Fato: Lurian, em primeiro lugar, gostaria de perguntar como a família Lula da Silva tem enfrentado essa situação, desde a prisão do seu pai? Lurian Cordeiro da Silva: A gente está numa luta constante. É obvio que o processo é muito doloroso pra nós. Então por um lado, é muito frustrante, mas nós temos seguido a vida normal, trabalhando, estudando e seguindo a vida. E eu, particularmente, tenho ido a muitas atividades, a atos do PT, do PSOL, do PCdoB. Onde me chamam eu vou porque a gente tem que se confortar, bater nessa tecla do renascimento da democracia, pois ela está desaparecendo. E a prisão dele, que é uma prisão política, acaba sinalizando o fim da democracia, não só pra nós, da esquerda, mas para todo o país. A prisão é uma injustiça desmedida contra o político, mas também contra o cidadão inocente, que é meu pai, avô dos meus filhos e bisavô da minha neta. Você que já esteve na Superintendência da PF em Curitiba, como está o ânimo do ex-presidente? Ele é surpreendente, porque a gente chega lá e ele não esmorece. Ele está bem, tem lido, assistido jogos de futebol… Eu acho que quando a pessoa tem certeza da inocência, mesmo sofrendo uma grande injustiça, ele fica tranquilo. Indignado, mas firme. Ele está dando tempo ao tempo. Ele sabe que a verdade vai vir à tona, como tem vindo, por exemplo, com a ocupação do MTST, que mostrou as fotos do apartamento. A verdade sempre vem à tona. E as cartas, ele lê? Agora há um processo de filtragem no Instituto [Lula], porque envelopes, caixas precisam ser abertas. Então passa para o Instituto, o pessoal filtra, e encaminha a ele na PF. Mas ele tem lido. E é importante que continuem enviando cartas pra ele. Conforta ele e nos conforta esse carinho. Ele ouve o bom dia, ouve o boa noite, as músicas do acampamento. Ele fica emocionado e está muito orgulhoso da militância estar na rua, estar na luta. A gente sente isso nele.