Para Ciro Gomes, reforma da Previdência de Bolsonaro tem propostas "criminosas"

Ex-ministro teceu críticas às mudanças no benefício par idosos e pessoas com deficiência, que pela proposta será reduzido de um salário mínimo para R$400, e à idade mínima de aposentadoria estabelecida para trabalhadores rurais; "É um crime intolerável e não vamos admitir em hipótese alguma"

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O ex-ministro Ciro Gomes (PDT), em entrevista concedida a jornalistas na tarde desta quinta-feira (21) no Ceará, cidade que já foi prefeito, fez duras críticas à proposta de reforma da Previdência da equipe econômica de Jair Bolsonaro que foi entregue nesta quarta-feira (20) no Congresso. Para Ciro, o projeto contém dispositivos "flagrantemente criminosos". Uma das críticas feitas por Ciro é com relação à redução do Benefício de Prestação Continuada, renda mensal destinada a idosos e deficientes que, hoje, é de um salário mínimo. Pela proposta, esse valor cairá para R$400 e para ter acesso ao valor de um salário mínimo, o idoso deverá completar 70 anos. "Reduzir benefícios de um senhor de 70 anos, de uma senhora de 65 anos que está doente de um salário mínimo para 400 reais é simplesmente um crime intolerável e não vamos aceitar em nenhuma hipótese", disse o ex-ministro. Leia também “Do jeito que está, não passa”: Governadores pedem mudanças na reforma da Previdência Outra crítica levantada por Ciro na entrevista é com relação à idade mínima estabelecida pela proposta para trabalhadores rurais: 60 anos para homens e mulheres. Hoje é de 55 e 60 anos, respectivamente. O projeto prevê ainda que o tempo de contribuição mínimo sobe de 15 para 20 anos. Caso a reforma venha a ser aprovada no Congresso, um trabalhador rural só poderá se aposentar praticamente com a mesma idade que um trabalhador de escritório que, pela projeto, é de 65 anos para homens e 62 para mulheres. "É razoável que alguém que trabalhe no ar-condicionado, de gravata tenha a idade mínima igual à de um trabalhador rural, que saiu 5h30 da manhã com enxada nas costas, e que não tem expectativa de vida de mais que 66 anos?", questionou o ex-ministro. Assista à entrevista.