Defendida por Olavo de Carvalho, Sara Winter divide bolsonaristas nas redes após chorar e atacar o presidente

Parte dos apoiadores de Bolsonaro chamam a extremista de "traidora" por criticar o presidente e ironizam sua fala sobre se sentir abandonada pelo governo

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A militante de extrema direita Sara "Winter" Giromini dividiu a opinião de bolsonaristas nas redes sociais após atacar decisões do governo de Jair Bolsonaro em desabafo compartilhado no domingo (4). Parte dos apoiadores do presidente compartilham da mesma opinião, enquanto outros pensam que desabafo é uma forma de "traição". O nome da extremista está entre os assuntos mais falados do Twitter nesta segunda-feira (5).

Sara escreveu um longo desabafo no Facebook dizendo que não sabe o que está acontecendo com seu mito. “Não reconheço Bolsonaro”, disse ela na publicação. “O homem que eu decidi entregar meu destino e vida para proteger um legado conservador”, escreveu.

O protesto da extremista ocorre após a nomeação do desembargador Kassio Nunes ao STF. A “traição”, segundo parte dos seguidores do capitão reformado, está em ele não ter indicado um conservador mais explícito para a vaga aberta com a aposentadoria de Celso de Mello. A cena do abraço de Dias Toffoli, ex-presidente do STF, em Jair Bolsonaro foi a gota d’água para apoiadores do presidente.

É a linha de raciocínio de Sara Winter. Na mesma publicação, ela escreveu: “Estou vivendo pela vontade de fazer justiça com todos os que estão presos por defender Bolsonaro. Mas não posso mais contar com ele, pois infelizmente, por ‘estratégia’ se tornou parte do establishment”, disse.

Em vídeo compartilhado no Instagram, também no domingo, Sara chega a chorar ao comentar sobre os rumos do governo Bolsonaro. "Tem horas que eu só queria gritar para alguém me ajudar, mas não existe esse alguém. Eu vou ter que levantar e resolver os meus problemas. E não tem Bolsonaro para ajudar e não tem Damares para ajudar", diz em um dos vídeos.

Parte dos internautas bolsonaristas criticaram a extremista por seu desabafo e chamaram de "traidora". "Nem Bolsonaro, tampouco Damares pediram para você fazer os '300', nem para chamar o Alexandre de Moraes de arrombado e convidá-lo a uma troca de socos", escreveu um perfil.

Outros apoiadores, no entanto, defenderam o desabafo de Sara e criticaram, mais uma vez, sua prisão pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes. "Todo apoio a Sara Winter. A transgressão constitucional por 'ministro' do Supremo é motivo pra destituição", afirmou um internauta.

Em entrevista ao portal bolsonarista Brasil Sem Medo, publicada neste domingo, Sara se autointitula como a "cancelada" da direita brasileira. Ela reforça ainda a sensação de que se sentiu "abandonada" pelo governo Bolsonaro por não ter recebido apoio ao ser presa. "Eu me sinto abandonada institucionalmente. Ministério da Justiça, nada. Ministério dos Direitos Humanos, nada. O próprio presidente da República, nada, não fez sequer uma ligação", disse na entrevista.