Em artigo, Witzel afirma que foi afastado por ter “resistido a pressão para nomear indicados”

Decisão do STJ no final de agosto o obrigou a deixar temporariamente o Palácio Guanabara. Ex-juiz federal reclama de suposta perseguição que “rouba-me a tranquilidade e a estima pela vida”

Wilson Witzel - Fernando Frazão/Agência BrasilCréditos: Agência Brasil/Fernando Frazão
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Em artigo publicado neste domingo (1) em O Globo, o ex-juiz federal Wilson Witzel comentou o caso judicial cuja última decisão, tomada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) em agosto passado, o mantém afastado do cargo de governador do Estado do Rio de Janeiro.

Witzel começou seu texto com uma citação de Rui Barbosa, dizendo que “a injustiça, por ínfima que seja a criatura vitimada, revolta-me, transmuda-me, incendeia-me, roubando-me a tranquilidade e a estima pela vida”.

Em sua conta de Twitter, Witzel anunciou o artigo dizendo que ele conta como “combati a corrupção no Estado e sofri cerceamento para me defender de acusações mentirosas”. Na metade do texto, o governador afastado denuncia supostas pressões para nomear indicados, às quais teria resistido, insinuando que essa teria sido a razão por trás da sua condenação.

“A eleição de um outsider desequilibrou esses interesses. Recebi pressões para nomear indicados. Resisti, especialmente nos setores que recebem polpudas fatias do orçamento. Tomemos como exemplo a Saúde, em razão dos acontecimentos e de suas absurdas versões. No primeiro ano de governo, investimos mais de R$ 5 bilhões – fomos além do mínimo estabelecido por lei para melhorar a precária situação da saúde nos municípios”, argumentou Witzel.

Apesar disso, o ex-aliado de Bolsonaro prometeu que dará a volta por cima. “Minha missão na política está só começando. E quando, no futuro, eu tiver encerrado esse ciclo, o farei da forma digna, como fiz em todas as áreas por onde passei. Lutarei para salvar a democracia, o fortalecimento e a independência das instituições, requisitos fundamentais para o desenvolvimento econômico e a redução das desigualdades”, garantiu.