Ombudsman da Folha crítica “assimetria” de entrevista de Thais Oyama com Boulos e Covas

Texto reconhece que última pergunta ao candidato do PSOL foi “mal formulada”, além de não ter deixado tempo de resposta. Também afirma que que a jornalista tratou o candidato do PSDB “com deferência”

Foto: Reprodução
Escrito en POLÍTICA el

Em coluna publicada neste domingo (29), a jornalista Flavia Lima, ombudsman da Folha de São Paulo, reconheceu que os 7 segundos dados para as considerações finais de Guilherme Boulos (PSOL) não foram o único problema da sabatina do UOL, com os candidatos à Prefeitura de São Paulo.

Segundo Lima, houve uma “assimetria” na postura da jornalista Thais Oyama, que favoreceu o candidato Bruno Covas (PSDB).

“Faltando 44 segundos para o fim da sabatina com Boulos, Oyama fez uma extensa (e mal formulada) pergunta, deixando-o com sete segundos para responder e apresentar as suas considerações finais, o que, obviamente, não foi possível. O candidato foi cortado, a jornalista agradeceu a participação e Boulos sorriu, sem graça”, descreveu a ombudsman.

A coluna afirmou ter recebido carta com mais de 130 assinaturas que reforçou essa acusação de assimetria no tratamento dos candidatos, a qual teria destacado, principalmente, a “suavidade” ao abordar as denúncias de corrupção e violência contra a mulher contra Ricardo Nunes (MDB), vice de Bruno Covas.

A ombudsman também alega que Oyama mostrou maior “deferência” ao entrevistar Bruno Covas, lembrando um momento em que ela chegou a dizer ao candidato à reeleição que “o senhor tem toda a razão sobre a necessidade de relativizar os números”. Em outro momento, a jornalista afirmou a Covas que “ninguém aqui está acusando o senhor de omissão, não”.

A respeito do tempo dado a Boulos, que é a principal crítica às sabatinas, a ombudsman afirma que Murilo Garavello, diretor de conteúdo do UOL, se comprometeu a mudar a fórmula a partir das próximas eleições, com um mecanismo para garantir o mesmo tempo de fala aos candidatos, sem desconto de tempo pelas intervenções dos jornalistas.