Em live de Bolsonaro, ruralista Nabhan Garcia classifica MST como "organização criminosa"

O presidente ainda completou a fala do secretário e disse que fez uma "quimioterapia" contra o movimento social

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O secretário de Assuntos Fundiários no Ministério da Agricultura e ex-presidente da União Democrática Ruralista, Nabhan Garcia, aproveitou o espaço dado pelo presidente Jair Bolsonaro em sua live semanal realizada nesta quinta-feira (10) nos canais oficiais do mandatário para atacar o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.

"Acabou as invasões, e mais, acabou repasse de dinheiro, para MST, Via Camponesa, Liga Camponesa, Via Campesina… Para essas organizações criminosas. Quem promove invasão de propriedade e terrorismo no campo são foras da lei e o seu governo, nosso governo, não negociamos com fora da lei", declarou Garcia.

Bolsonaro completou a fala do secretário dizendo que "cortou" recursos a entidades ligados a movimentos camponeses e comparou a situação com uma "quimioterapia". "Nós fizemos uma quimioterapia na questão do MST", afirmou.

Responsável no governo por demarcações de terras e reforma agrária, Garcia tem tratado de articular medidas que reduzem a proteção de terras indígenas, defende o fechamento de escolas do MST, e foi um dos defensores do uso da Força Nacional contra assentamento da Bahia - extrapolando os limites da atuação da União, que não questionou o Governo do Estado. A intervenção da Força Nacional foi derrubada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo reportagem de Leonardo Fuhrmann e do De Olho nos Ruralistas publicada no The Intercept Brasil, o relatório final apresentado na CPI da Terra, de 2005, apontou que Garcia esteve envolvido na formação de uma "milícia rural" contra o MST. Esse relatório, de João Alfredo (PSOL-CE), acabou sendo derrubado pela bancada ruralista.

https://www.youtube.com/watch?v=lfISUxlODRY