Lula: “Brasil perde humanidade cada vez que Bolsonaro abre a boca”

Ex-presidente reagiu em defesa de Dilma Rousseff, após provocação do atual mandatário, que negou as torturas durante a Ditadura Militar

Lula e Bolsonaro no exercício do cargo. Fotos: Ricardo Stuckert e Alan Santos/PR
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O ataque de Jair Bolsonaro contra a ex-presidenta Dilma Rousseff nesta segunda-feira (28), quanto o atual mandatário questionou o fato de sua antecessora ter sido torturada durante a Ditadura Militar (1964-1985), gerou várias reações de repúdio, entre elas a de Luiz Inácio Lula da Silva.

Em mensagem publicada em sua conta de Twitter, o líder histórico do PT também defendeu sua ex-ministra e sucessora na Presidência da República.

“O Brasil perde um pouco de sua humanidade a cada vez que Jair Bolsonaro abre a boca. Minha solidariedade à presidenta Dilma Rousseff, mulher detentora de uma coragem que Bolsonaro, um homem sem valor, jamais conhecerá”, declarou Lula.

https://twitter.com/lulaoficial/status/1343725253214789632?s=24

A polêmica começou quando Bolsonaro questionou o fato de Dilma ter sido torturada. “Dizem que a Dilma foi torturada e fraturaram a mandíbula dela. Traz o raio-X para a gente ver o calo ósseo. Olha que eu não sou médico, mas até hoje estou aguardando o raio X”, declarou, em encontro com apoiadores na manhã desta segunda-feira (28).

A própria Dilma reagiu à polêmica, em uma nota na qual qualifica o atual mandatário como “um sociopata, que não se sensibiliza diante da dor de outros seres humanos, e não merece a confiança do povo brasileiro (…) Bolsonaro não respeita a vida, é defensor da tortura e dos torturadores, é insensível diante da morte e da doença, como tem demonstrado em face dos quase 200 mil mortos causados pela Covid-19 que, aliás, se recusa a combater”.

O ataque de Bolsonaro a Dilma despertou a solidariedade de várias figuras da política, até mesmo de adversários históricos do PT, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB: “Minha solidariedade à ex Pr Dilma Rousseff. Brincar com a tortura dela – ou de qualquer pessoa – é inaceitável. Concorde-se ou não com as atitudes políticas das vítimas. Passa dos limites”.

Sobre se Bolsonaro é consciente da tortura sofrida por Dilma durante a Ditadura Militar, vale lembrar que, em 2016, quando era deputado federal, ele dedicou seu voto no processo de impeachment da então presidenta ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, que foi um dos responsáveis por torturar Dilma. Inclusive, manifestou esse voto qualificando o homenageado como “o pavor de Dilma Rousseff”.

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