Ataques de Bolsonaro ao Congresso atiçam milícias virtuais, que pedem novo AI-5

Bolsonaro acusa Rodrigo Maia, presidente de Câmara, de planejar um golpe contra ele; apoiadores do capitão, após ataques a Maia, se voltam agora contra o presidente do Senado, Davi Alcolumbre

Imagens compartilhadas por bolsonaristas nas redes posts de ataque ao Congresso
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A guerra que o presidente Jair Bolsonaro declarou ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), está ampliando suas proporções. O capitão da reserva acusa Maia de "instaurar o caos" no país e planejar um golpe contra ele e, após os ataques, as milícias virtuais bolsonaristas passaram a ter o deputado como alvo.

Correligionário de Maia, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), então, em um claro revide ao Planalto, entregou a relatoria da Medida Provisória 905, projeto do governo aprovado na Câmara, ao líder do PT na Casa, senador Rogério Carvalho (SE).

E o contra-ataque do líder do Legislativo não parou por aí. Alcolumbre ainda decidiu não colocar a MP 905 na pauta e a matéria agora corre o risco de caducar - o que seria uma derrota significativa para o governo.

As milícias virtuais bolsonaristas, então, adotaram neste sábado como alvo de seus ataques o presidente do Senado. Com a tag #ForaAlcolumbre, que figura entre os assuntos mais comentados do Twitter, robôs e perfis de apoiadores de Bolsonaro fazem postagens acusando o senador de corrupção e até mesmo pregando rupturas institucionais, como o fechamento do Congresso ou a instauração de um novo AI-5, em referência ao ato institucional que deu início ao período mais sombrio da ditadura militar entre os anos 60 e 80.

Bolsonaristas, inclusive, têm encampado manifestações contra o Congresso Nacional e a última delas, já em meio à pandemia do coronavírus, contou com a participação do próprio presidente Jair Bolsonaro.