Em reunião ministerial, Bolsonaro disse que não aceitaria sofrer impeachment por exame de coronavírus

Além de pressionar Moro por interferência na PF, o presidente teria dito que usaria as Forças Armadas contra o que ele chamou de golpe

Jair Bolsonaro - Foto: Carolina Antunes/PR
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Além de ter supostamente pressionado o ex-ministro Sérgio Moro para interferir na Polícia Federal para não “prejudicar” familiares e amigos durante a reunião ministerial de 22 de abril, o presidente Jair Bolsonaro também teria comentado sobre o exame de Covid-19 - ainda não revelado.

Segundo fontes ouvidas por O Antagonista, que atua quase como um porta-voz de setores ligados à Lava Jato, Bolsonaro teria esbravejado com ministros que não aceitaria “impeachment” por uma “porcaria de exame”.

Além disso, ele teria ameaçado usar as Forças Armadas para "evitar um golpe". O ex-capitão destacou que é ele quem “comanda as Forças Armadas”.

Prejudicar a família

Bolsonaro afirmou durante a reunião, de acordo com fontes ouvidas pela Folha e pelo O Globo, que precisava “saber das coisas” que estavam ocorrendo na Polícia Federal do Rio e cita que investigações em andamento não poderiam “prejudicar a minha família” nem “meus amigos”.

A repórter da GloboNews, Andréia Sadi, afirmou nesta terça que, de acordo com suas fontes no Palácio do Planalto, o vídeo do encontro ministerial “é, de fato, devastador”. “A grande discussão agora”, prossegue a jornalista, “é se ele vai ser divulgado. Mesmo que seja divulgado só o trecho que o Aras pediu, já é complicado”.