O presidente Jair Bolsonaro recebeu na manhã desta sexta-feira (15), no Palácio do Planalto, o delegado Rodrigo Morais, responsável pelo inquérito da facada de que foi vítima em 2018, durante a campanha presidencial.
Morais apresentou pessoalmente o resultado da sua investigação durante uma reunião de duas horas, que, pela segunda vez, descartou que exista um mandante no episódio. A conclusão foi de que Adélio Bispo de Oliveira agiu sozinho.
O delegado foi escoltado pelo ministro da Justiça, André Mendonça, junto com o diretor-geral da Polícia Federal, Rolando de Souza, e do chefe do órgão de Minas Gerais, Cairo Duarte. Estiveram presentes também o general Augusto Heleno (GSI) e Jorge Oliveira (Secretaria-Geral da Presidência). Carlos Bolsonaro, filho do presidente, também juntou-se ao grupo por alguns minutos.
Com as afirmações de Bolsonaro que colocando em xeque o trabalho da PF, a pressão sobre a investigação aumentou. O presidente e seus asseclas voltaram a espalhar a versão de que o crime teria sido encomendado a Adélio, o que nunca ficou provado nos inquéritos.
A insatisfação de Bolsonaro com essa investigação foi um dos fatores citados por ele para a troca no comando da PF, que levou à demissão do ex-ministro Sérgio Moro. Feita a troca, a polícia quis mostrar o trabalho realizado no inquérito.
Já é o segundo encontro do delegado e do chefe de Minas com o presidente. Em fevereiro de 2019, eles estiveram em Brasília para comunicar como estava o andamento das investigações.
Com a entrega deste segundo relatório, que deixou o presidente insatisfeito, o foco de Jair passa a ser o julgamento no STF sobre a perícia em materiais apreendidos com advogados de Adélio.
A reunião não estava na agenda do presidente e a Secom, quando perguntada, não respondeu o motivo.