O ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, que realiza depoimento neste sábado (2), na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, deve aproveitar a oportunidade para denunciar interferências do presidente Jair Bolsonaro no comando da PF.
Porém, ao fazer isso, corre o risco de assumir que ele mesmo cometeu crimes graves, que podem lhe render pena até de prisão.
O inquérito aberto pelo STF (Supremo Tribunal Federal), a pedido do Procurador-Geral da República, Augusto Aras, reconhece que oito crimes podem ter sido cometidos: falsidade ideológica, coação no curso do processo, advocacia administrativa, obstrução de Justiça, corrupção passiva privilegiada, prevaricação, denunciação caluniosa e crimes contra a honra.
Entre estes, os três últimos podem ter sido cometidos por Moro, e ao menos dois (corrupção passiva privilegiada e prevaricação) podem ser configurados justamente se o ex-ministro apresentar as provas que diz possuir.
Já o presidente Jair Bolsonaro poderia ser enquadrado em seus delitos: os cinco primeiros da lista e também o de prevaricação.