Patrícia Campos Mello, da Folha, processa Eduardo Bolsonaro por ofensa sexual

Em live, deputado voltou a afirmar que a repórter "tentava seduzir" para obter informações sobre o presidente

Patrícia Campos Mello e Eduardo Bolsonaro (Montagem)
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A repórter Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo, que processou Jair Bolsonaro por danos morais após ataque misógino, voltou a mirar a família do presidente. Vítima de novas ofensas de cunho sexual, a jornalista agora processa o filho do ex-capitão, deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). A informação é da Folha de S.Paulo.

Em transmissão ao vivo feita pelo canal do YouTube Terça Livre TV, em 27 de maio, o parlamentar disse que Patrícia “tentava seduzir” para obter informações contra Bolsonaro.

“É igual a Patrícia Campos Mello. Fez a fake news de 2018, para interferir na eleição presidencial, entre o primeiro e segundo turno, e o que ela ganhou de brinde? Foi morar no Estados Unidos, correspondente, né? Acho que da Folha de S.Paulo, lá nos Estados Unidos”, disse Eduardo.

“Essa Patrícia Campos Mello, que, vale lembrar, tentou seduzir o Hans River. Não venha me dizer que é só homem que assedia mulher não, mulher assedia homem, tá. Tentando fazer uma insinuação sexual para obter uma vantagem, de entrar na casa do Hans River, ter acesso ao laptop dele e tentar ali, achar alguma coisa contra o Jair Bolsonaro, que não achou”, completou.

Em sua declaração, Eduardo mencionou o ex-funcionário da empresa Yacows, Hans River, que mentiu a parlamentares durante depoimento à CPMI das Fake News do Congresso, em fevereiro, ao afirmar que Patrícia se insinuou sexualmente para ele em troca de informações.

Na época, a jornalista realizava uma reportagem sobre o disparo ilegal de mensagens no WhatsApp durante a campanha presidencial de 2018. O depoimento do ex-funcionário foi a base para o insulto de Bolsonaro contra Patrícia, quando afirmou que a repórter queria “dar o furo”, em uma frase permeada por conotações sexuais.

A defesa da jornalista rebateu as declarações do filho do presidente. Em relação à acusação de que Patrícia teria sido promovida a correspondente nos Estados Unidos, os advogados esclarecem que ela nunca ocupou essa função no jornal.

Sobre a ofensa de cunho sexual, a defesa afirma que “o depoimento de Hans já foi desmentido por diversas oportunidades, pública e imediatamente. Tanto isso é verdade que Hans foi denunciado por falso testemunho, de modo que nada justifica que o réu [Eduardo Bolsonaro] siga propagando mentiras vexatórias a seu respeito”.